Duas entidades do movimento negro entraram com uma ação civil pública na Justiça do Ceará pedindo R$ 40 milhões de indenização à empresa Zara. Essa ação ocorre após a delegada Ana Paula Barroso ter sido barrada por um gerente da loja por suposto crime de racismo.
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Delegada Ana Paula Barroso barrada
Polícia Civil do Ceará está investigando o caso por meio da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Fortaleza. Essa ação foi impetrada na 15ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), na última segunda-feira (20), pelas entidades Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro) e Centro Santo Dias de Direitos Humanos, da Arquidiocese de São Paulo.
Segundo a ação impetrada, as entidades requerem “reparação de dano moral coletivo e dano social infligido à população negra e ao povo brasileiro de modo geral, em razão de abordagem ilícita e vexatória cometida por agentes das rés em desfavor de consumidor negro”.
Conforme o documento, o ato cometido pelo segurança da loja não se dirigiu apenas à delegada, mas “trata-se de mensagem pública, cujo propósito era o de chocar a sociedade, anunciando alerta grave, cruel e aviltante”.
Além da indenização, as entidades pedem, na Ação Civil Pública, a revisão dos contratos de terceirização da segurança por parte da Zara para que ela exija de empresas contratadas um rigoroso treinamento de vigilantes e supervisão.
Entidades também solicitam que a empresa exija de seus fornecedores adoção de medidas antirracistas para que contratos sejam assinados, revisão imediata de protocolos de abordagem, entre outros pedidos.
A policial civil disse à TV Verdes Mares que não precisa andar com uma placa indicando que é delegada para ser respeitada. Ela também afirmou que não foi barrada pelo gerente da loja por falta de máscara, como a Zara alega.