Um boletim epidemiológico divulgado nesta segunda-feira (29) revelou que todos os bairros da cidade de São Paulo estão enfrentando uma epidemia de dengue. Jardim Paulista e Moema foram adicionados à lista, antes composta apenas por aqueles com menos de 300 casos confirmados por 100 mil habitantes. A taxa de incidência é usada para definir a situação epidêmica.
A Vila Jaguara, na zona oeste, lidera com mais de 10.500 casos confirmados por 100 mil habitantes, enquanto Moema apresenta o menor índice, com 304,1 casos. Os números totais de casos de dengue na cidade aumentaram 21,5% em apenas uma semana, saltando de 181.020 para 220.029.
Em resposta à crise, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) assinou um decreto em março, quando a taxa de incidência atingiu 414 casos por 100 mil habitantes. O decreto permitiu que as Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs) estendessem seus horários de funcionamento até as 22h.
O quadro é alarmante, com 105 mortes registradas por dengue em 2024, segundo a Secretaria da Saúde. O número representa um aumento significativo em relação às 67 mortes registradas até a semana passada.
Ainda em março, a Organização Mundial da Saúde emitiu um alerta internacional para a situação brasileira. “Sabemos que a dengue segue um padrão sazonal, com a maioria dos casos ocorrendo no primeiro semestre do ano. No sul, os primeiros meses do ano correspondem à estação mais quente e chuvosa, que favorece a circulação do mosquito Aedes aegypti, principal vetor da doença”, explicou Jarbas Barbosa, diretor da Organização Pan-Amaricana de Saúde (Opas), braço da OMS no continente.
Além do Brasil, Paraguai e Argentina emergem como os países mais afetados, respondendo por 92% dos casos e 87% das mortes relacionadas ao vírus. A circulação simultânea de múltiplos sorotipos do vírus aumenta o risco de epidemias e formas graves da doença, com pelo menos 21 países das Américas relatando essa situação.