Escapando de punições, lavajateiros poderiam agora fazer o filme “A lei é para os outros”. Por Fernando Brito

Atualizado em 30 de novembro de 2019 às 19:57
Deltan Dallagnol. Foto: Reprodução

Publicado originalmente no Tijolaço:

POR FERNANDO BRITO

Estadão e UOL publicam hoje que o Ministério da Justiça anulou o processo administrativo disciplinar que concluíra pela suspensão por oito dias o delegado federal Mário Moscardi Grillo, por haver conduzido de forma torta a sindicância que apurava a colocação de um grampo ilegal na cela do doleiro Alberto Youssef, ainda nos primórdios da Lava Jato.

Nem é notícia nova, porque há exato um mês Marcelo Auler o noticiou, explicando todo o embrulho que, afinal, vai “ficar por isso mesmo”

Na Veja, retrata-se o recurso de Deltan Dallagnol contra a fraquíssima punição que o Conselho Nacional do Ministério Público lhe impusera, por chamar de “panelinha” e de estimuladores da “leniência” três ministros do STF, alegando que depois das quatro ações que interpôs para adiar o julgamento, o caso estaria prescrito.

Num e noutro caso, os defensores das punições açodadas, os críticos dos recursos protelatórios, os homens que denunciam a morosidade e a impunidade saem, afinal, ilesos.

O filme cada vez mais tem novo nome: sai o “A lei é para todos” e fica “A lei é para os outros”.