A direção da escola estadual Guiomar Rocha Rinaldi, localizada na Zona Oeste de São Paulo, enviou um comunicado aos professores instruindo-os a não expressarem publicamente seu ponto de vista sobre o modelo cívico-militar proposto pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Segundo o documento, os “funcionários contratados pela Secretaria Estadual de Educação” devem apenas reproduzir as informações oficiais fornecidas pela pasta.
A escola Guiomar Rocha Rinaldi é uma das cerca de 300 unidades da rede estadual que manifestaram interesse prévio no modelo cívico-militar. As escolas têm até o dia 15 para realizar uma consulta com alunos, pais e professores sobre a adesão ao programa.
Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) informou que o diretor da unidade será afastado e que uma investigação preliminar sobre sua conduta será aberta.
Para os professores, o comunicado é uma tentativa de censura e intimidação. Os profissionais relataram à Folha de S.Paulo que têm sido abordados por alunos e pais que solicitam mais informações sobre o modelo e dizem querer ouvir diferentes opiniões antes de tomar uma decisão.
Os docentes também afirmam que há pouca transparência e informação sobre a adesão ao programa. Eles questionam, por exemplo, por que os diretores manifestaram interesse antes de comunicar a comunidade escolar.
Contrariando o documento da escola, as regras estabelecidas pela Secretaria de Educação indicam que professores e outros profissionais da unidade podem e devem ser consultados sobre a adesão ao modelo.
Além dos professores e funcionários, podem participar da consulta alunos com mais de 16 anos e pais e responsáveis de alunos que ainda não completaram essa idade.