Espionagem ilegal: CGU vai abrir processos contra policiais da Abin paralela

Atualizado em 27 de janeiro de 2024 às 8:57
Fachada da Agência Brasileira de Inteligência em Brasília. Foto: Reprodução/Abin

A Controladoria-Geral da União (CGU) iniciará processos administrativos disciplinares contra os policiais federais envolvidos em operações contra opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), segundo informações da colunista Natália Portinari, do UOL.

A CGU está aguardando o compartilhamento das evidências do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o assunto, já autorizado pelo ministro relator, Alexandre de Moraes, para dar prosseguimento aos processos.

Esses policiais faziam parte do Centro de Inteligência Nacional (CIN), uma estrutura conhecida como “Abin paralela” por realizar ações contra opositores de Bolsonaro, sem seguir os procedimentos normais da agência.

Os processos administrativos disciplinares (PADs) podem resultar em advertências, suspensões e até demissões em casos de irregularidades graves por parte dos servidores públicos.

Ao autorizar a Operação Vigilância Aproximada na última quinta-feira (25), Moraes ordenou a imediata suspensão dos sete membros da Polícia Federal (PF) que faziam parte desse grupo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Os servidores afastados, que também estão sob investigação da CGU, são Carlos Afonso Gonçalves, Marcelo Araújo Bormevet, Felipe Arlotta Freitas, Carlos Magno de Deus Rodrigues, Henrique César Prado Zordan, Alexandre Ramalho e Luiz Felipe Barros Felix.

Eles trabalharam na Abin durante a gestão de Alexandre Ramagem (PL-RJ), atual deputado federal, durante o governo Bolsonaro (PL). O CIN foi criado pelo então diretor da agência para realizar operações de inteligência com objetivos políticos.

Ramagem utilizou os recursos da Abin para elaborar dossiês sobre opositores da gestão bolsonarista e monitorar indivíduos de interesse político, utilizando um software espião que rastreava a geolocalização de celulares, conforme investigação da PF.

Esse grupo também elaborou dossiês sobre os ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, realizou vigilância por drones sobre o então governador do Ceará, Camilo Santana (PT), e acompanhou as investigações sobre o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL).

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