A Polícia Federal (PF) encontrou US$ 171 mil em espécie durante busca e apreensão na casa do secretário de planejamento de gestão da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Paulo Maurício Fortunato.
Ele é um dos alvos da Operação Ultima Milha, deflagrada nesta sexta-feira (20), que apura uso de equipamentos da Abin para espionagem ilegal quando a agência era presidida pelo atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), no governo Bolsonaro.
Fortunato foi afastado de suas funções pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele desempenhou o cargo de diretor de Operações de Inteligência da agência durante a gestão bolsonarista.
O ex-dirigente agora afastado foi nomeado como secretário de Planejamento e Gestão, a terceira posição mais alta na estrutura da Abin, pelo atual chefe da agência, Luiz Fernando Corrêa, antes de ser alvo de investigação.
Há indícios de que o uso do sistema “FirstMile” se intensificou nos últimos anos do governo Bolsonaro para monitorar ilegalmente servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até mesmo juízes e integrantes do STF.
Ao todo, a PF cumpre 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Goiás e no Distrito Federal. A ação foi autorizada por Alexandre de Moraes.
Foram efetuadas prisões preventivas de dois servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin): Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky. De acordo com a PF, esses servidores tinham conhecimento da utilização desse sistema pela Abin e teriam exercido pressões indiretas para evitar demissões.
Os investigados podem responder por crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial, ou com objetivos não autorizados em lei.