Espionagem ilegal: PF apreende US$ 170 mil em dinheiro com diretor afastado da Abin

Atualizado em 20 de outubro de 2023 às 11:14
US$ 171,8 mil em espécie encontrados na casa de Paulo Maurício, diretor afastado da Abin. Foto: Divulgação

A Polícia Federal (PF) encontrou US$ 171 mil em espécie durante busca e apreensão na casa do secretário de planejamento de gestão da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Paulo Maurício Fortunato.

Ele é um dos alvos da Operação Ultima Milha, deflagrada nesta sexta-feira (20), que apura uso de equipamentos da Abin para espionagem ilegal quando a agência era presidida pelo atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), no governo Bolsonaro.

Fortunato foi afastado de suas funções pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele desempenhou o cargo de diretor de Operações de Inteligência da agência durante a gestão bolsonarista.

O ex-dirigente agora afastado foi nomeado como secretário de Planejamento e Gestão, a terceira posição mais alta na estrutura da Abin, pelo atual chefe da agência, Luiz Fernando Corrêa, antes de ser alvo de investigação.

Paulo Mauricio Fortunato Pinto, diretor da Abin afastado pelo STF
Paulo Mauricio Fortunato Pinto, diretor da Abin afastado pelo STF – Divulgação

Há indícios de que o uso do sistema “FirstMile” se intensificou nos últimos anos do governo Bolsonaro para monitorar ilegalmente servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até mesmo juízes e integrantes do STF. 

Ao todo, a PF cumpre 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Goiás e no Distrito Federal. A ação foi autorizada por Alexandre de Moraes.

Foram efetuadas prisões preventivas de dois servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin): Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky. De acordo com a PF, esses servidores tinham conhecimento da utilização desse sistema pela Abin e teriam exercido pressões indiretas para evitar demissões.

Os investigados podem responder por crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial, ou com objetivos não autorizados em lei.

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