O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira (28) o envio de tropas para a fronteira com a Guiana, em meio a uma intensa disputa diplomática pelo território de Essequibo. O anúncio foi feito em uma transmissão pela TV venezuelana, onde Maduro ordenou a “ativação da ação defensiva das Forças Armadas bolivarianas”.
A mobilização, em resposta ao envio de um navio militar britânico à costa da Guiana, visa proteger a região contestada.
Segundo o comunicado da presidência venezuelana, Maduro ordenou a ativação imediata da Ação Conjunta ‘General Domingo Antonio Sifontes’, envolvendo as Forças Armadas Bolivarianas nas áreas do Caribe oriental e Fachada Atlântica. A medida é uma resposta à provocação do Reino Unido contra a Venezuela, conforme declarado pelo governo venezuelano.
O Ministério da Defesa britânico anunciou anteriormente o envio do navio de patrulha HMS Trent para proteger a Guiana, que faz parte da Commonwealth. Os Estados Unidos também estão envolvidos, realizando sobrevoos militares na região e considerando a criação de uma base militar em Essequibo, em parceria com a Guiana desde o ano passado.
A escalada de tensões ocorre após um referendo em novembro, onde metade dos eleitores venezuelanos votou a favor da anexação de Essequibo, região que corresponde a 70% do território guianês.
Maduro, diante do aumento das hostilidades, rompeu o caminho do diálogo estabelecido em uma reunião com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, e o assessor especial da Presidência do Brasil, Celso Amorim, em São Vicente e Granadinas.
A disputa territorial, que perdura há mais de um século, envolve petróleo descoberto em Essequibo em 2015, tornando a Guiana o país sul-americano de maior crescimento. A Venezuela alega a propriedade histórica da região, enquanto a Guiana se baseia em um laudo de 1899.
A Corte Internacional de Justiça decidiu que a Venezuela não pode anexar Essequibo, mas a decisão final sobre a propriedade do território pode demorar anos. O Conselho de Segurança realizou uma reunião extraordinária para debater a questão, evidenciando a gravidade do conflito.
*Com informações do g1