Estadão avisa: nós sabemos quem são vocês e o que andam fazendo. Por Moisés Mendes

Atualizado em 2 de novembro de 2024 às 14:27
Ministro Gilmar Mendes. Foto: Divulgação

Por Moisés Mendes

O Estadão faz com Gilmar Mendes o que já havia feito com Alexandre de Moraes. Quando o ministro enquadrou Elon Musk, o Estadão deu de manchete, no dia 31 de agosto:

“Quem é quem no gabinete de Alexandre de Moraes, ministro do STF que mandou suspender o X”

Hoje, a manchete do Estadão é essa:

“Quem é quem no gabinete do ministro Gilmar Mendes, que anulou as condenações de José Dirceu”

O jornal acrescenta: decano desenvolveu, durante os seus 22 anos no Supremo, a característica de atuar como um interlocutor entre o Judiciário e a política; ministro conta com 34 servidores para auxiliá-lo.

Qual é o objetivo desse tipo de reportagem? Expor os que auxiliam ministros a tomar decisões. Mas só quando é contra os interesses da direita e da extrema direita.

O que o Estadão está dizendo é: nós sabemos quem são vocês e queremos que todos saibam.

E quando são decisões favoráveis ao pessoal com poder político e com dinheiro da direita e da extrema direita? Aí não interessa.

Lembrando que um dos auxiliares de Moraes mais expostos pelo Estadão foi o juiz Airton Vieira. O juiz foi citado esse ano em várias reportagens de Glenn Greenwald como o assessor que cumpria ordens de Moraes “fora dos ritos” nas investigações de bolsonaristas.

Juiz Airton Vieira. Foto: Divulgação

Foi quando Gleenwald anunciou nas redes sociais, em tom de ameaça, que tinha arquivos de seis gigabytes com troca de mensagens entre assessores de Moraes, incluindo um servidor do TSE.

Divulgaram mensagens consideradas inadequadas, para tentar comparar Moraes a Sergio Moro, e recuaram ao perceber que haviam ficado mal ao mandar recados da extrema direita para o ministro e todo o Supremo.

O mesmo Estadão lutou para que Flavio Dino não fosse ministro do Supremo, ao tentar estabelecer uma conexão do então ministro da Justiça com o crime organizado no Amazonas.

Também nesse caso não houve êxito, e sobrou para uma jornalista, que cumpria ordens e foi degolada por ter armado as reportagens mentirosas contra Dino.

O Estadão dá abrigo a muitos dos jornalistas que correram da direita para a extrema direita com a ascensão do bolsonarismo. É o jornal que mais acolhe fascistas, mesmo que tenham sido demitidos de outros veículos por conduta racista.

O Estadão é o reduto não só dos ditos liberais, que se encarregam da guerra do arcabouço para sabotar Lula e a economia com notícias ruins e cobranças do mercado financeiro, mas dos declaradamente alinhados com o golpismo e com Bolsonaro.

Originalmente publicado no Blog do Moisés Mendes

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