Estadão defende Musk e ataca Moraes

Atualizado em 9 de abril de 2024 às 18:30
Moraes foi chamado de “leão de chácara da democracia” pelo Estadão. Fotomontagem

O Estadão, em sua edição desta terça-feira (09), publicou um editorial intitulado “A Rainha de Copas do STF” no qual faz um duro ataque ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, em razão da inclusão do nome do bilionário Elon Musk no inquérito das milícias digitais. No texto, o magistrado é chamado de “leão de chácara da democracia” e comparado à personagem tirana de “Alice no País das Maravilhas”. Confira trechos:

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), fosse incluído no rol de investigados no longevo e vasto inquérito das “milícias digitais”. O crime que Musk teria cometido virou pecado capital por estas bandas: ele criticou as ordens de Moraes para suspender contas de bolsonaristas no X e afirmou que reativaria essas contas – o que ainda não fez. Só isso, basicamente. Mas foi o que bastou para irritar o mercurial ministro Moraes – cada vez mais parecido com a Rainha de Copas, a célebre tirana do País das Maravilhas que mandava cortar a cabeça de todo mundo que a contrariava. (…)

(…) Seria risível, não fosse tão perigoso para o País o fato de um único ministro do STF se arvorar em leão de chácara da democracia no País. (…)

Ameaçar descumprir ordem judicial, convenhamos, não é crime, razão pela qual não se justifica a abertura de um inquérito nem no Brasil nem em nenhum outro país civilizado. Se e quando Musk vier a descumprir uma decisão exarada por qualquer magistrado do País, que sobre ele recaiam as consequências de sua insubordinação, mas não antes. (…)

Empresário Elon Musk. Foto: Jonathan Newton/The Washington Post/Getty Images

Não ter a compreensão de que nem tudo é um ataque ao Estado Democrático de Direito só reforça o ânimo liberticida dos verdadeiros inimigos da democracia – que, não por acaso, têm se apresentado maliciosamente ao País e ao mundo como “perseguidos” pela Justiça. (…)

Quanto mais o Supremo comete exageros, mais suas decisões terão a legitimidade questionada pelos cidadãos, o que é meio caminho andado para a desmoralização do Judiciário, algo que obviamente só interessa aos extremistas dedicados à destruição do Estado Democrático de Direito.(…)

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