Estadão limpa a barra de Alckmin com serviço de checagem

Atualizado em 1 de agosto de 2018 às 10:42
Alckmin em 2010 com o então candidato a deputado estadual Ney Santos, acusado de ligação com o PCC

Aos poucos, o serviço de checagem na velha imprensa mostra a que veio. Hoje, o jornal limpa a barra de Geraldo Alckmin por causa de uma nota que circula faz tempo na internet e que tem potencial de manchar a imagem de Geraldo Alckmin. É a que mostra o ex-governador com o prefeito de Embu das Artes, Ney Santos, acusado de envolvimento com o PCC.

Fato: em 2010, Alckmin estava coligado com o PSC, partido de Ney na época, e nessa condição lhe deu apoio na disputa para uma vaga de deputado estadual.

Mais tarde, Ney se elegeu prefeito de Embu das Artes, cargo que exerce hoje, mas este ano não é candidato a nada, uma vez que foi considerado inelegível, por decisão judicial, e por isso não se pode afirmar que Alckmin o apoie.

O título da checagem do Estadão — “Mensagem tira de contexto apoio de Alckmin a suposto líder do PCC” — certamente será usado na campanha, se houver algum ataque a Alckmin pela suspeita de que mantém algum tipo de acordo informal com o PCC durante sua gestão: o crime organizado mantém o monopólio do comércio de drogas no Estado, tem o controle dos presídios, e é responsável pela redução dos homicídios no Estado.

Em uma fase de conflito entre o Estado sob admiistração de Alckmin e o PCC, que acontecia de vez em quando, o líder da organização criminosa chegou a dizer, conforme escuta telefônica, que Alckmin estava sendo ingrato.

O PCC também promove os bailes funk na periferia, que a polícia tentou combater, mas depois desistiu.

O Estadão, em vez de fazer essa checagem estranha, faria jornalismo de melhor qualidade se apurasse o crescimento do PCC durante as gestões do tucano no Estado. Não que Alckmin tenha algum envolvimento direto, óbvio que não, mas que existe a suspeita de acordo — como resposta à chantagem do PCC –, isso existe.