Em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, na última terça-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou sua preocupação com os recentes atos golpistas e reiterou seu compromisso em focar o olhar na ameaça atual, como nas tentativas de golpistas do bolsonarismo, e quer “tocar o país para frente”.
Lula enfatizou que está mais preocupado com os ataques de 8 de janeiro de 2023, por exemplo, do que com o golpe de 1964.
“Eu, sinceramente, vou tratar da forma mais tranquila possível. Eu estou mais preocupado com o golpe de 8 de janeiro de 2023 do que com 64. Eu tinha 17 anos de idade, estava dentro da metalúrgica Independência quando aconteceu o golpe de 64. Isso já faz parte da história. Já causou o sofrimento que causou. O povo já conquistou o direito de democratizar esse país”, afirmou o presidente.
“O que eu não posso é não saber tocar a história para frente, ficar remoendo sempre, remoendo sempre, ou seja, é uma parte da história do Brasil que a gente ainda não tem todas as informações, porque tem gente desaparecida ainda, porque tem gente que pode se apurar. Mas eu, sinceramente, eu não vou ficar remoendo e eu vou tentar tocar esse país para frente”.
O petista também elogiou seu ministro da Defesa, José Múcio, destacando os esforços para responsabilizar os envolvidos nos atos de janeiro de 2023. Segundo o presidente, sob a gestão de Múcio, militares envolvidos estão sendo julgados e, se culpados, serão punidos.
“Múcio tem feito um trabalho adequado”, afirmou o presidente, ressaltando a importância de estreitar os laços entre a sociedade e as Forças Armadas. Ele enfatizou que as instituições militares não devem ser tratadas como inimigas. “Os generais que estão hoje no poder eram crianças naquele tempo. Alguns acho que não tinham nem nascido ainda naquele tempo”.
“Em nenhum momento da história os militares foram punidos como estão sendo punidos agora. Em nenhum momento um general foi chamado pela Polícia Federal para prestar depoimento, coronel, todos, todos que provarem que participaram serão julgados”, exemplificou durante a entrevista.
Além disso, Lula comentou sobre as eleições nos Estados Unidos, expressando apoio à candidatura do presidente Joe Biden. Ele destacou a importância de isolar a extrema-direita e garantir a manutenção da democracia. Para ele, Biden oferece mais garantias para o regime democrático.
“Seria muito presunçoso tentar dizer que tenho um candidato nos Estados Unidos”, afirmou o presidente, enfatizando a necessidade de preservar os valores democráticos.