O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, decidiu contrariar a estratégia adotada pela defesa do ex-presidente e falar durante depoimento à Polícia Federal. Ao contrário do chefe e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, ele concedeu informações à corporação sobre o suposto esquema de desvio e venda ilegal de presentes oficiais no exterior. A informação é do jornal O Globo.
Além do tenente-coronel, seu pai, o general da reserva Mauro César Lourena Cid, e o advogado Frederick Wassef também decidiram prestar esclarecimentos à PF, segundo o UOL.
O advogado de Cid, o criminalista Cezar Bittencourt, afirmou na última terça (29) que seu cliente está colaborando com as investigações. “Estamos muito cansados, estamos verificando um monte de material. Tem documentos que a gente tem que analisar, a gente leva horas, papéis, a gente fica movimentando coisas”, afirmou na ocasião.
A PF intimou, além de Bolsonaro, Michelle, Wassef, Mauro Cid e seu pai, outros três aliados do clã: Fabio Wajngarten (ex-chefe da comunicação), Marcelo Câmara (assessor especial) e Osmar Crivellati (assessor). O casal, Wajngarten e Câmara decidiram ficar em silêncio durante a oitiva.
A defesa de Bolsonaro e Michelle usou uma tese da Procuradoria-Geral da República para ficar em silêncio. Segundo o procurador Augusto Aras, que chefia o órgão, o Supremo Tribunal Federal (STF) não teria competência para investigar o caso das joias, já que o ex-presidente não tem mais prerrogativa de foro após o fim o mandato.