Estudo brasileiro revela fatores biológicos nos pensamentos suicidas; saiba mais

Atualizado em 3 de novembro de 2024 às 9:18
Nova pesquisa brasileira aponta novas descobertas sobre fatores genéticos relacionados a suicídio. Imagem: reprodução.

Um estudo brasileiro recente, publicado na Psychiatry Research, trouxe novas informações sobre as causas biológicas ligadas aos pensamentos suicidas. A pesquisa aponta para alterações no córtex pré-frontal — região do cérebro que ajuda a controlar as emoções — e sugere a presença de possíveis indicadores no sangue. Com informações da Folha de S.Paulo.

Manuella Kaster, uma das autoras do estudo e professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), destacou que a pesquisa oferece caminhos para futuras terapias, além de evidenciar que a ideação suicida, embora complexa, é uma condição manejável.

Outros achados incluíram alterações em células gliais, particularmente astrócitos, que sustentam a resposta inflamatória do cérebro. Para a professora da UFSC, um desafio na compreensão da ideação suicida é compreender as diferenças e limites entre essas diferentes condições psicológicas tão interrelacionadas.

Daniel Martins-de-Souza, do Instituto D’Or, afirmou que embora aspectos genéticos contribuam, o ambiente é determinante para o desencadeamento do comportamento. “Ele contribui, mas sem dúvida o aspecto ambiental tem um efeito sobre a biologia para desencadear ou não essa condição.”, explica.

A ideação suicida é multifatorial, relacionada tanto a fatores comportamentais — como impulsividade — quanto psicopatológicos, incluindo depressão e esquizofrenia. Fatores ambientais, como trauma infantil e isolamento social, também influenciam fortemente. As taxas de suicídio, especialmente elevadas entre jovens, são preocupantes, sendo a quarta maior causa de morte nessa faixa etária globalmente, segundo a OMS.

Estudos europeus apontam que a ideação é ligada a fatores distais, como traumas na infância, e proximais, como experiências psicóticas e depressão. Fatores protetivos, como vínculos positivos e um bom ambiente familiar e escolar, também exercem papel crucial na inibição desse comportamento.

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