A educação é um o valor mais importante para a população preta e parda do que para o brancos, é o que diz um estudo da HSR. No levantamento feito pela empresa de consultoria de mercado, 44% dos pretos e pardos consideram o item valioso para o crescimento profissional, enquanto a porcentagem entre o público branco foi de 42%.
Na pesquisa proposta pela HSR, outros valores foram mencionados também. São eles: família, qualidade de vida, saúde mental, saúde e bem-estar, segurança financeira, moradia, trabalho, lazer e espiritualidade registram percentual igual ou menor do que o verificado no total de entrevistados. No entanto, apenas educação foi avaliada com certa discrepância entre os grupos de entrevistados.
“Historicamente, os negros têm um ponto de partida desprivilegiado e, por isso, estão mais atentos à importância do estudo e do bem-estar financeiro como fatores para uma vida melhor no futuro. Essa desigualdade também se reflete na preocupação com a saúde, por exemplo. Eles estão correndo atrás”, justifica Valeria Rodrigues, sócia diretora da Shopper Experience e membro da HSR, em entrevista ao UOL.
Negros são mais otimistas e tem orgulho de serem brasileiros
Ainda no mesmo levantamento, a população negra e parda mostrou ser mais otimista e orgulho de ser brasileiro do que em relação a média geral de entrevistados. Foram 54% dos negros em comparação com 51% da população como um todo. O mesmo é visto no quesito otimismo: o índice é de 49% entre pretos e pardos. Já na sociedade como um todo, a fatia é de 46%.
Para os especialistas entrevistados pelo UOL, o otimismo em relação ao futuro e a valorização a educação tem a ver com políticas educacionais para o público preto e pardo, como as cotas raciais nas universidades como bem os concursos públicos que estimulam novas gerações a se manter ativas na luta por direitos e contra a desigualdade racial.
“Há dois desafios. Um é o acesso dos negros às oportunidades. Outro é a manutenção deles nesses espaços. Às vezes, o tempo do trabalho tira o tempo do estudo. Muitos precisam ajudar em casa. Isso prejudica o desempenho e a possibilidade de se desenvolver de cada um”, Tainá Medeiros, coordenadora de programas do Fundo Baobá.