Estudo liga taxa de homicídios a desemprego e evasão escolar

Atualizado em 21 de outubro de 2019 às 16:32

Publicado originalmente no Brasil de Fato

Levantamento do Ipea, relativo apenas à população masculina, compilou dados do Censo e da Saúde entre 1980 e 2010

O levantamento é baseado e microdados colhidos do Centro Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) / José Cruz / Agência Brasil

Um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) relaciona as taxas de homicídio entre homens no Brasil ao desemprego e à evasão escolar. Segundo o estudo, a cada 1% de aumento no desemprego, os homicídios sobem 1,8%.

O levantamento é baseado em microdados colhidos do Centro Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre 1980 e 2010. Também foram analisadas informações do Ministério da Saúde. A pesquisa foi feita entre desempregados de 15 a 65 anos.

O Instituto analisou o desemprego somente entre pessoas do sexo masculino por se tratar do grupo que tem a maior probabilidade de envolvimento em crimes, seja como autores, seja como vítimas. Segundo o Atlas da Violência de 2019, dos 35,7 mil jovens assassinados no Brasil em 2017, 94,4% eram homens.

O levantamento afirma ainda que a taxa de atendimento escolar, que correspondeu ao número de pessoas matriculadas em relação à população de sua respectiva faixa etária, também possui relação com a taxa de homicídios. Para cada crescimento de 1% no atendimento escolar entre 15 e 17 anos, os homicídios caem 1,9%.

“É interessante notar que esta faixa etária (15 a 17 anos) coincide com a idade em que o jovem migra do ensino fundamental para o médio e há, também, o maior problema de evasão escolar. Essa variável mostra que manter o adolescente na escola funciona como uma forma de prevenir sua entrada no crime”, aponta o estudo.