Estudo para reduzir as diferenças de riqueza entre os países ganha Nobel de Economia

Atualizado em 14 de outubro de 2024 às 8:47
O trio de especialistas vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 2024: Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Robinson – Foto: Reprodução

O Nobel de Economia de 2024 foi concedido aos economistas norte-americanos Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Robinson. Eles foram reconhecidos por seu estudo sobre o papel das instituições no desenvolvimento econômico e como essas estruturas influenciam a prosperidade ou pobreza de nações ao longo do tempo.

Os pesquisadores investigaram como instituições que exploram a população dificultam o progresso econômico. Em suas pesquisas, eles analisaram a relação entre a colonização europeia e o desenvolvimento de sistemas políticos e econômicos, demonstrando como a exploração de recursos em certos territórios resultou em desigualdade de renda entre países.

O Comitê do Prêmio destacou a importância das instituições para reduzir as desigualdades globais de riqueza. “Reduzir as vastas diferenças de renda entre países é um dos maiores desafios do nosso tempo”, afirmou Jakob Svensson, presidente do Comitê do Prêmio em Ciências Econômicas, ao comentar sobre a relevância das descobertas dos laureados.

Caricaturas dos vencedores do Prêmio Nobel de Economia de 2024: Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Robinson – Foto: Prêmio Nobel

Impacto da colonização europeia

As pesquisas também exploraram o impacto da colonização europeia em diferentes regiões do mundo. Em alguns locais, os colonizadores implantaram sistemas inclusivos e prósperos, enquanto em outros, as instituições formadas apenas para explorar a população indígena perpetuaram a pobreza.

Um dos pontos centrais do estudo é a relação entre a mortalidade dos colonizadores e o tipo de instituição estabelecida. Nas áreas onde os colonizadores enfrentaram altos riscos, como doenças, foram implementadas instituições extrativistas, o que afetou o desenvolvimento a longo prazo.

Fator determinante

Os pesquisadores também apontaram a democracia como um fator determinante para a prosperidade de um país. Eles observaram que, em momentos de instabilidade, a promessa de reformas econômicas muitas vezes enfraquece ainda mais as nações, mas que a adoção de instituições democráticas pode reverter esse quadro.

Um exemplo citado no estudo é a cidade de Nogales, dividida pela fronteira entre os Estados Unidos e o México. No lado americano, em Arizona, a população goza de estabilidade econômica, alto nível de educação e expectativa de vida. Já no lado mexicano, em Sonora, apesar de estar em uma região relativamente rica, a população enfrenta maiores desafios econômicos e a ameaça do crime organizado.

Por fim, os pesquisadores destacaram a importância das eleições livres e da capacidade de remover líderes ineficazes como um fator essencial para a prosperidade das nações. Nos EUA, os cidadãos têm mais oportunidades de trocar seus representantes, enquanto no México, a democracia recente ainda enfrenta obstáculos para garantir a plena participação política.

Conheça as redes sociais do DCM:

⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo

?Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line