“Eu tenho uma tara pela Rede Globo”, disse Bolsonaro em discurso em Registro, interior de SP, na semana passada.
“Eu gosto das novelas deles, que arrebentam com as famílias no Brasil. Eu gosto daquela que faz um programa de manhã: Fátima Bernardes. Também sou vidrado em BBB”, continuou.
“No meu governo não vai ter dinheiro para valorizar esse pessoal que faz esse tipo de programa. Pode continuar fazendo, não vai ter censura. Mas dinheiro público!??”
Bolso e a Globo são indissociáveis.
O golpe engendrado por Michel Temer, Eduardo Cunha, Aécio Neves e grande elenco, em conjunto com a mídia, pariu Jair Bolsonaro 2018.
A guinada direitista dos tucanos, o blábláblá neandertal contra o bolivarianismo, o lavajatismo, o financiamento de “movimentos de rua” e a obsessão monotemática pelo o PT resultaram na viabilização de uma alternativa fascista indigente.
JB é o antiLula prometido na Bíblia. É o chorume desse caldo.
Aécio, Alckmin e Serra derreteram. Geraldo procura a salvação do centrão.
Bolsonaro emula Trump, uma espécie de outsider, embora esteja dentro do sistema desde que um atentado terrorista frustrado deixou o capitão famoso: 27 anos na Câmara sem um mísero projeto.
Em abril de 2016, depois que homenageou o coronel Ustra na votação do impeachment, Miriam Leitão, que dorme e acorda pensando no “lulopetismo”, se indignou.
“A democracia brasileira precisa ser defendida pelos pares do deputado Jair Bolsonaro. O voto dele é apologia de dois crimes, fere duplamente a Constituição. Por que não sofre um processo de cassação pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados?”, escreveu em seu blog.
Se ela e a Globo tivessem dedicado a Jair um oitavo do tempo dado a, por exemplo, José Dirceu, talvez a situação fosse diversa.
A candidatura de Bolso, agora com Janaína Paschoal, a musa do impeachment, de vice, é uma prova do fracasso do velho jornalismo.
A tara de Jair por sua mãe, diria Freud, é natural.