EUA têm a primeira redução na taxa de juros desde 2020

Atualizado em 18 de setembro de 2024 às 17:13
Ilustração da banheira dos Estados Unidos e notas de dólares. Foto: reprodução

Nesta quarta-feira (18), o Federal Reserve (Fed), sistema que reúne os bancos centrais dos Estados Unidos, anunciou um corte de meio ponto percentual nas taxas de juros. Agora, a faixa que era de 5,25% a 5,5% foi reduzida para 4,75% a 5,0%. No Brasil, com apenas um banco central, a taxa é uma só. Já nos EUA, que tem instituições que controlam os juros em cada estado, o Fed estabelece uma faixa para as federações estadunidenses.

Esta é a primeira redução desde 2020 e marca o início de um esperado ciclo de alívio monetário, motivado por preocupações com o desaquecimento do mercado de trabalho. O comunicado do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) destacou que a inflação está progredindo em direção à meta de 2%, e os riscos para alcançar as metas de emprego e inflação estão equilibrados.

“O comitê ganhou maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a [meta de] 2% e julga que os riscos para alcançar suas metas de emprego e inflação estão aproximadamente equilibrados”, disseram os diretores do Fomc.

A decisão, no entanto, não foi unânime. A diretora Michelle Bowman defendeu um corte mais modesto, de 0,25 ponto percentual. O Fed projeta uma redução adicional de meio ponto percentual na taxa de referência até o fim deste ano, seguida por uma redução de um ponto percentual em 2025 e mais meio ponto percentual em 2026, estabelecendo a taxa final na faixa de 2,75% a 3%.

Para efeito de comparação, o Brasil deve fechar esta quarta-feira com a segunda maior taxa de juros do mundo. Após o Banco Central, ainda comandado pelo bolsonarista Roberto Campos Neto, elevar a Selic em 0,25 pontos percentuais, a os juros brasileiro ficarão em 10,75% ao ano.

Prédio do FED (Federal Reserve) em Washington, EUA. Foto: Joshua Roberts/Reuters

Além disso, o Fed atualizou ligeiramente a taxa dos fundos de longo prazo, de 2,8% para 2,9%, mantendo uma postura neutra que não incentiva nem desencoraja a atividade econômica. O comunicado destacou que, apesar da inflação ainda estar “um pouco elevada”, o corte foi decidido com base no progresso da inflação e no equilíbrio dos riscos.

O sistema de bancos centrais “estaria preparado para ajustar a postura da política monetária de forma apropriada se surgirem riscos que possam impedir a obtenção dos objetivos do comitê”, observando tanto o lado da estabilidade dos preços quanto o máximo emprego.

Após o anúncio, o dólar caiu mais de 1% no Brasil, sendo cotado a R$ 5,41. A inflação estadunidense está atualmente cerca de meio ponto percentual acima da meta de 2% do Fed. As novas projeções econômicas indicam uma taxa anual de inflação caindo para 2,3% até o final deste ano e para 2,1% até 2025.

A taxa de desemprego deve atingir 4,4% até o final deste ano e permanecer nesse patamar até 2025. O crescimento econômico está projetado em 2,1% até 2024 e 2% no ano seguinte, mantendo-se estável em relação às projeções anteriores de junho.

Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
?Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line