Os Estados Unidos vetaram nesta sexta-feira (8), durante uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), uma resolução que pedia um cessar-fogo imediato no conflito entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza.
Por ser um dos cinco membros permanentes do grupo, os EUA têm o poder de veto. Treze membros do Conselho de Segurança, incluindo o Brasil, votaram a favor do texto apresentado pelos Emirados Árabes Unidos.
“Embora os Estados Unidos apoiem os apelos a uma paz duradoura (…), não apoiamos os apelos a um cessar-fogo imediato”, disse Robert Wood, vice-embaixador dos EUA na ONU, antes da votação. “Isto apenas plantaria as sementes para a próxima guerra, porque o Hamas não deseja ver uma paz duradoura”, acrescentou.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, invocou na última quarta-feira (6) o artigo 99 da Carta da ONU para convocar a reunião extraordinária do Conselho.
O artigo é uma das ferramentas diplomáticas de maior poder simbólico à disposição do secretário-geral da ONU e não era invocado há décadas, segundo o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric.
Na carta enviada ao presidente do Conselho de Segurança, Guterres disse que os bombardeios de Israel estão provocando o “iminente colapso total da ordem pública” em Gaza.
“Em meio aos constantes bombardeios das forças armadas israelenses e sem abrigo e o mínimo para sobreviver, prevejo o iminente colapso total da ordem pública devido às condições desesperadoras, que até mesmo impossibilitariam uma assistência humanitária limitada”, escreveu.