As declarações do Senador Marcos do Val (Podemos) constituem o elo que faltava para vincular definitivamente Bolsonaro ao ato terrorista do dia 8 de janeiro. A avaliação é do ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, sobre a denúncia feita pelo parlamentar bolsonarista de que foi convocado para uma reunião com o ex-deputado Daniel Silveira e Jair Bolsonaro e, que nela, recebeu a proposta para gravar de forma clandestina uma conversa com o ministro Alexandre de Moraes, com a finalidade de criar ambiente para um golpe de Estado.
Essa não é a primeira denúncia. Uma minuta do golpe, encontrada da casa do ex-ministro ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, Anderson Torres, já apontava para essa direção. Agentes da Polícia Federal encontraram dentro do armário de Torres a minuta de um decreto para instaurar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para anular o resultado da eleição que definiu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República.
A minuta foi elaborada após a realização das eleições. O documento previa o “reestabelecimento imediato da lisura e correção da eleição de 2022”. O estado de defesa está previsto no artigo 136 da Constituição e tem como objetivo “preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza”. O ato do dia 8 seria o instrumento para gerar exatamente um ambiente de caos no país, garante Eugênio Aragão.