Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, comunicou nesta sexta-feira (1º) que iniciará uma greve de fome com o objetivo de pressionar o governo de Luis Arce a estabelecer um diálogo. Há três semanas, o país vem enfrentando uma onda de protestos e bloqueios de estrada organizados por apoiadores do ex-líder, que inicialmente exigiam o “fim da perseguição judicial” contra o ele, mas agora passaram a demandar a renúncia do atual mandatário. Com informações do Estadão.
“Para priorizar o diálogo, vou iniciar uma greve de fome até que o governo instale (…) mesas de diálogo”, declarou Morales à imprensa em Chapare, região conhecida pela produção de coca e onde o ex-presidente mantém forte apoio.
Ainda hoje, apoiadores de Morales tomaram o controle de um quartel militar em Chapare, onde retiveram ao menos 20 militares. Em nota, as Forças Armadas denunciaram que “grupos armados irregulares” assumiram o comando da unidade, sequestrando militares e confiscando armas e munições. Em um vídeo divulgado pela imprensa boliviana, é possível ver 16 soldados cercados por camponeses armados com bastões pontiagudos.
Huelga de hambre por suspensión de bloqueos: ex Pdte. Evo Morales propone a sus seguidores suspender bloqueo de carreteras a cambio de que él asuma la huelga de hambre para abrir el diálogo con el gobierno de Luis Arce. Aclaró que no es una instrucción sino consulta: @teleSURtv pic.twitter.com/Q4KQ2RvOzV
— Freddy Morales (@FreddyteleSUR) November 1, 2024
O ex-líder permanece em Chapare, onde busca evitar uma possível ordem de prisão por um suposto caso de estupro que teria ocorrido em 2015, durante seu mandato presidencial, acusação que ele nega categoricamente e classifica como uma “mentira” promovida pelo governo de seu ex-ministro e atual presidente, Luis Arce.
Apoiadores de Morales têm se manifestado veementemente contra a ordem de prisão, denunciando uma suposta perseguição judicial. Recentemente, os protestos passaram a focar diretamente no chefe do governo, com exigências por sua renúncia e críticas pela crise gerada pela escassez de dólares no país, que dificultou a importação de combustível subsidiado.
Com 19 dias de manifestações e confrontos, que resultaram em 70 feridos – a maioria policiais –, o governo Arce ordenou o envio de militares para reforçar a polícia na liberação das estradas bloqueadas. A tensão escalou ainda mais no último fim de semana, quando Morales acusou agentes do Estado de tentarem assassiná-lo a tiros em Chapare, alegação que foi prontamente negada pelo governo.
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