Evo Morales dá “ultimato” e Arce denuncia tentativa de golpe na Bolívia

Atualizado em 24 de setembro de 2024 às 23:28
O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, falando em microfone
O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales – Reprodução

A Bolívia enfrenta mais uma fase de instabilidade política após o ex-presidente Evo Morales liderar uma marcha e lançar um “ultimato” contra o governo de Luis Arce, atual chefe do governo boliviano. O mandatário classificou a atitude de Morales como uma tentativa de golpe. Com informações do Metrópoles.

Morales, ao concluir uma marcha de mais de 180 km que durou uma semana, intensificou suas críticas a Arce. O ex-presidente exigiu que o político trocasse todo o gabinete ministerial em 24 horas, sob o risco de perder o controle do governo.

“Se Lucho [Arce] quiser continuar governando, ele primeiro deve mudar os ministros das drogas, os ministros corruptos, as ‘drogas’, os racistas, os fascistas em 24 horas”, declarou o ex-chefe do governo em discurso realizado em La Paz nesta terça-feira (24).

Em resposta, o governo de Arce divulgou uma nota oficial por meio do Ministério das Relações Exteriores, na qual a fala de Morales foi classificada como uma “ameaça à continuidade da ordem democrática”. O comunicado ressaltou a gravidade das declarações, informando que o ex-presidente exigiu a substituição imediata do gabinete ministerial, o que foi visto como uma tentativa de desestabilizar o governo constitucional.

Luis Arce com faixa presidencial da Bolívia, falando com expressão séria
Luis Arce, presidente da Bolívia – Reprodução

Luis Arce já havia alertado anteriormente sobre um suposto plano de Evo Morales para derrubar a democracia na Bolívia. Segundo o presidente, Morales, que governou o país entre 2006 e 2019, estaria disposto a voltar ao poder “por bem ou por mal”.

A relação entre Morales e Arce, que já foram aliados, deteriorou-se recentemente devido a disputas internas dentro do partido Movimento ao Socialismo (MAS). Arce, que foi ministro durante o governo de Morales, foi expulso da legenda em 2023 por não ter participado de um congresso que confirmou Morales como candidato nas primárias presidenciais de 2025.

Apesar da tentativa de retorno à presidência, Evo Morales foi impedido pela Justiça boliviana de concorrer nas eleições do próximo ano.