Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro vai admitir à CPI do 8/1 que realizava pequenos pagamentos a Michelle

Atualizado em 24 de agosto de 2023 às 10:03
Sargento Luís Marcos dos Reis na CPMI do 8/1. Foto: Reprodução

A defesa do sargento Luís Marcos dos Reis afirmou que ele deve admitir que fez pequenos pagamentos para a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Dos Reis atuava como ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Seu depoimento à CPI do 8 de Janeiro está marcado para ocorrer nesta quinta-feira (24).

Segundo o militar, era hábito dos auxiliares diretos do casal presidencial fazer este tipo de pagamento no dia-a-dia. Alexandre Vitorino, advogado do sargento, ainda disse que Luís vai explicar as movimentações financeiras consideradas atípicas pela Comissão.

Luís Marcos, durante sua atuação para Bolsonaro, segundo dados do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), teria movimentado cerca de R$ 3,34 milhões entre 1º de fevereiro de 2022 e 8 de maio de 2023.

O militar recebeu dezenas de depósitos e repassou parte dos recursos para o tenente-coronel Mauro Cid, principal auxiliar do ex-presidente. Tais movimentações e repasses de recursos de Reis para Cid, que são incompatíveis com a renda do militar, foram considerados como indícios de possível lavagem de dinheiro.

Espera-se que ele também revele que gerenciava uma espécie de consórcio entre colegas, o que pode ser considerado ilegal se não for declarado para as autoridades. Nesse “consórcio”, o investigado colhia os valores de colegas para gerenciar investimentos, recebia os lucros e repassava para o grupo.

Mauro Cid e Jair Bolsonaro. (Foto: Reprodução)

O advogado também disse que o militar assumirá que esteve na Esplanada dos Ministérios no dia dos ataques, mas que chegou depois da invasão dos prédios públicos. Os advogados pretendem usar conversas com familiares e o extrato do aplicativo de transporte para comprovar a versão.

A defesa do Sargento dos Reis recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que ele tenha o direito de ficar em silêncio em depoimento. Ele está preso desde maio acusado de participação no esquema de inserção de dados fraudulentos no sistema do ministério da Saúde.

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