Com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), neste domingo (1º), antigos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) têm procurado uma aproximação com o novo governo petista e, para isso, marcaram presença em diversas cerimônias de posse dos novos ministros nesta semana.
Na manhã desta quarta-feira (4), quatro deputados que foram eleitos em 2018, ao lado do bolsonarismo, prestigiaram o evento em que o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) assumiu o comando do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). O vice-presidente tem sido encarado como uma “possível ponte” para “trazer” conservadores para dentro do governo do PT.
Em suas redes sociais, os deputados Júnior Bozzella (União), Julian Lemos (União), Heitor Freire (União) e Dayane Pimentel (União), antigos aliados de Bolsonaro, registraram suas presenças na cerimônia de posse de Alckmin.
Sucesso ao amigo, vice-presidente da República e agora ministro @geraldoalckmin ??. pic.twitter.com/RaAbSTMVdo
— Júnior Bozzella (@jrbozzella) January 4, 2023
Pra quem ainda surta dizendo o "melhor está por vir, é que Lula não subiu a rampa, não só subiu como entrou e governa. pic.twitter.com/FegdSzXfXs
— Julian Lemos (@JulianLemosopb1) January 4, 2023
Sucesso, Ministro e Vice-Presidente @geraldoalckmin. Ajude a cuidar do nosso país, fazendo sua parte. Parabéns pela trajetória em prol da democracia. pic.twitter.com/HE0pPZB1qs
— Professora Dayane Pimentel (@deppimentel) January 4, 2023
Os quatro parlamentares romperam com ex-capitão ao longo do último governo, após o ex-presidente deixar o PSL, o partido com que se elegeu. Após sua saída, o partido se fundiu ao Democratas para dar origem ao União Brasil, a legenda que indicou três nomes para o primeiro escalão de Lula, mas ainda discute se deve se tornar da base do novo governo.
Além de estarem no mesmo partido, criado na fusão, os quatro parlamentares têm em comum o fato de não terem conseguido se reeleger no ano passado. Segundo a jornalista Jussara Soares, do Extra, o fracasso nas urnas é atribuído, em parte, ao rompimento com Bolsonaro.
“O Bolsonaro é um mal ainda a ser extirpado. É o Bolsonaro, não é a centro-direita. É o extremismo e o radicalismo que o Bolsonaro insuflou. Esse é um ponto de convergência de todos nós que foram vítimas dessa milícia digital e pagamos o preço disso nas urnas por enfrentar o Bolsonaro em defesa do processo democrático”, argumentou Bozella, se opondo ao ex-aliado.
Até então, as sinalizações do governo Lula não envolvem somente parlamentares que estão abandonando o ex-presidente. O ex-líder do governo na Câmara e apoiador de primeira hora do ex-presidente, o deputado Otoni de Paula (MDB) esteve nesta semana na posse dos ministros das Cidades, o administrador Jader Filho (MDB), e dos Transportes, o senador Renan Filho (MDB).
Segundo a jornalista Bela Megale, do O Globo, Otoni justificou sua presença como “gestos de gentileza e respeito partidário”, considerando que os dois ministros são do MDB. O bolsonarista ainda disse que fará “forte oposição” ao atual governo, mas revelou: “Não serei da política do quanto pior melhor”.
Além disso, ainda houve o caso da deputada Flávia Arruda, a ex-ministra da Secretaria de Governo de Bolsonaro, que foi à posse do petista e, inclusive, abraçou o petista. Após o ocorrido, ela deixou o PL, partido do ex-presidente.