Ex-comandantes complicam situação de Bolsonaro em depoimentos à PF

Atualizado em 4 de março de 2024 às 12:55
Os ex-comandantes das Forças Armadas Baptista Júnior e Freire Gomes. Foto: reprodução

Os ex-comandantes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior, forneceram informações que podem ser cruciais à Polícia Federal (PF), implicando diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Operação Tempus Veritatis, que investiga a trama golpista.

Segundo Bela Megale, do jornal O Globo, seus depoimentos detalhados ajudaram a preencher lacunas importantes do caso, revelando novos detalhes sobre a participação de Bolsonaro nas reuniões onde uma minuta golpista foi discutida.

De acordo com fontes envolvidas nas investigações, os ex-comandantes confirmaram as participações em uma das reuniões onde o documento com a minuta golpista foi discutido. O material elaborado foi encontrado no escritório de Bolsonaro na sede do Partido Liberal em Brasília.

A revelação foi feita após depoimentos concedidos à PF, complementando informações fornecidas pelo ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel Mauro Cid, em sua delação premiada.

Jair Bolsonaro e o general Freire Gomes. Foto: reprodução

O general Freire Gomes prestou depoimento de sete horas na última sexta-feira (1°), respondendo a todas as perguntas dos investigadores. Sua postura colaborativa levou os policiais a considerá-lo como testemunha no caso, em vez de investigado. Após a repercussão, os bolsonaristas se voltaram contra o militar chamando-o de “traidor”.

Um dos pontos de interesse na investigação é o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, sobre o qual Freire Gomes ordenou que não fosse desmantelado no final de 2022.

A PF investiga se essa decisão foi tomada por iniciativa própria ou se o ex-comandante recebeu ordens superiores para interromper a desmobilização conduzida pela PF e pela Polícia Militar do DF.

Da mesma forma, o brigadeiro Baptista Júnior também forneceu informações valiosas à PF em seu longo depoimento algumas semanas atrás, mantendo seu status como testemunha.

Por outro lado, o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, permaneceu em silêncio durante seu interrogatório na PF. De acordo com a delação de Cid, Garnier foi apontado como o único dos três ex-comandantes que teria aceitado aderir ao golpe, o que o colocou no rol de investigados no caso

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