O ex-jogador francês Éric Abidal, e parte da diretoria do Barcelona são acusados de tráfico de órgãos humanos, o que figura como crime gravíssimo na Espanha.
Tudo teria começado quando o jogador, ainda na ativa pela equipe blaugrana, descobriu um tumor no fígado. Após tratamento que teve sucesso limitado em 2011, ele precisou de um transplante no ano seguinte. De acordo com a lei espanhola, caso não haja um doador da família, o paciente precisa entrar numa fila de espera para aguardar a chegada do órgão de um doador falecido. Na época, um suposto primo de Abidal, identificado como Gerard Armand, se ofereceu para doar parte do fígado para o atleta.
O transplante foi bem sucedido e Abidal chegou a voltar aos gramados. Em 2017, denúncias anônimas e insinuações surgidas na imprensa apontavam que Armand não seria parente de Abidal, o que gerou a abertura de um inquérito por parte de um tribunal de Barcelona. Agora, cinco anos depois, um laudo emitido pelo Instituto Nacional de Toxicologia da Espanha, a pedido do Judiciário, apontou que eles não têm qualquer vínculo familiar.
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Órgão recebido pelo jogador foi comprado
O órgão recebido pelo jogador teria sido comprado com o intermédio do então presidente do Barcelona, Sandro Rosell, junto com o ex-dirigente da equipe Juanjo Castillo. Para comprovar os fatos, a Justiça da Espanha solicitou ao governo e ao Judiciário da França que rastreiem as contas e movimentações financeiras do doador, que teria arriscado parte de seu corpo em troca de dinheiro.
As autoridades esperam que com as provas documentadas seja possível reabrir o caso, que foi arquivado em 2019, para que Abidal, Rossel e Castillo sejam julgados por tráfico de órgãos humanos.