Ex-juíza aconselha golpistas e diz que abolição da democracia é “migué” jurídico

Atualizado em 2 de julho de 2024 às 20:37
Ludmila Lins Grilo de roupa preta, em pé, falando em microfone, de cabelo solto
Ludmila Lins Grilo, juíza investigada pelo CNJ – Reprodução

Ludmila Lins Grilo, ex-juíza brasileira, participou de um evento conservador nos Estados Unidos, onde fez declarações controversas sobre a abolição da democracia e sugeriu estratégias para manifestantes. A ex-magistrada, que enfrenta três processos administrativos disciplinares no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), criticou a realização de protestos em Brasília e sugeriu São Paulo como local alternativo.

No Congresso Conservador Brasileiro, realizado em Massachusetts, Grilo argumentou que manifestações na Avenida Paulista são mais seguras do que em Brasília. Segundo ela, em São Paulo não há riscos de acusações de golpe de Estado, já que não há sedes do STF e do Palácio do Planalto. Suas falas incluíram críticas à abolição violenta do Estado Democrático de Direito, que chamou de “migué jurídico”.

“Na Avenida Paulista é infinitamente mais seguro você fazer uma manifestação política do que em Brasília. […] A gente tem que fazer na Paulista mesmo. Lá não tem STF, lá não tem Palácio do Planalto. Lá ninguém vai poder te acusar de golpe de Estado, de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, que é um ‘migué jurídico’, né?”, opinou.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também participou virtualmente, criticando a esquerda e mencionando o caso do ex-preparador físico da Seleção Brasileira de Basquete Feminino, Diego Falcão, que perdeu o emprego após apoiar um projeto de lei contra o aborto.

Outros nomes presentes incluíram o blogueiro Allan dos Santos, o ex-deputado Major Vitor Hugo e advogados de detidos pelos atos antidemocráticos de 8 de Janeiro, que reclamaram das condições nas penitenciárias do Distrito Federal.

Ludmila Lins Grilo, que atuava na Vara Criminal e da Infância e Juventude de Unaí (MG), foi aposentada compulsoriamente pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) em maio de 2023. Anteriormente, em 2021, ela ganhou notoriedade ao postar um vídeo ensinando como andar sem máscara em shoppings, violando medidas sanitárias contra a Covid-19.

Em fevereiro de 2021, a magistrada foi afastada cautelarmente após o CNJ abrir processos administrativos contra ela por críticas aos ministros do STF e por menosprezar seu cargo. Em suas redes sociais, compartilhou conteúdos polêmicos, incluindo críticas ao inquérito das fake news e apoio ao blogueiro Allan dos Santos.

Além de seu envolvimento em eventos políticos, Ludmila é investigada por se recusar a retornar ao trabalho presencial sem autorização e por baixa produtividade. Uma inspeção identificou 1.291 processos paralisados no cartório sob sua responsabilidade.

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