Ex-MBL, vereador que persegue padre Júlio deu calote em banco e é citado em armação contra o pároco

Atualizado em 3 de dezembro de 2023 às 9:45

 

Rubinho Nunes, ex-MBL, vereador de SP

Presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Centro, o vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União) conseguiu aprovar na quinta-feira (30/11) um requerimento para convocar o padre Júlio Lancellotti a prestar “esclarecimentos” a respeito de seu trabalho Cracolândia.

Padre Júlio salva vidas de pessoas em situação de rua e dependentes químicos dando-lhes de comer e tratando-as como gente. Nunes é um parasita de extrema-direita que fundou o MBL.

Afirma que o padre “lucra com a miséria”. O que isso quer dizer, nem Rubinho sabe. O que se sabe é que ele nunca moveu uma palha para tentar evitar a tragédia humana daquela região.

O DCM mostrou que ele foi condenado pela justiça em São Paulo, em 2019, por dar calote em banco.

“É de conhecimento público e notório, instituição financeira não é entidade filantrópica”, diz o processo contra Rubens Alberto Gatti Nunes.

Rubinho foi condenado a pagar ao Bradesco a quantia de R$ 15.790,00. Esse valor foi liberado pelo banco a fim de cobrir o saldo negativo da conta.

“Se houve a concessão de valor em favor da parte requerida [Rubinho], esta deve restituí-lo, sob pena de enriquecimento ilícito”, diz o processo.

Segundo o documento, ele expressamente contratou o limite de crédito e o cheque especial do banco.

Matéria da Piauí relata que seu escritório foi usado numa armação contra o Padre Júlio engendrada por Renan Santos e o deputado estadual cassado Arthur “Mamãe Falei” do Val, líderes do MBL.

Padre Júlio Lancellotti. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Dois ex-integrantes do bando afirmaram que, em setembro de 2020, um denunciante anônimo enviou à polícia um vídeo em que um suposto adolescente de 16 anos trocava mensagens de cunho sexual com um suposto perfil de Lancellotti. O objetivo era incriminá-lo no crime de pedofilia.

O engenheiro Fernando Dainese, que abriu o jogo sobre essa calhordice, era um dos dirigentes da campanha de Rubinho Nunes.

Segundo ele, o rapaz que se passou por outra pessoa para prejudicar o padre “fez essa operação dentro do escritório de advocacia do Rubinho, que também era onde funcionava o comitê de campanha”.

Dainese se queixou não ter ocupado o cargo que lhe prometeram no gabinete de Nunes: “Disseram que tinham um cargo para mim, de 12 ou 15 mil por mês, que era o que eu queria”.