O ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Gonçalves Dias, disse que o general Augusto Heleno, seu antecessor, ainda mantém informantes dentro da pasta, e que até o dia 8 de janeiro, quando ocorreram os atos terroristas, não houve tempo hábil para exonerar “militares bolsonaristas”. As informações são do repórter Bruno Pinheiro, da Jovem Pan News.
Para ele, a culpa da invasão do Palácio do Planalto foi de seu antecessor e aliados dele infiltrados lá dentro. As declarações ocorreram durante depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (21). Em relação à divulgação das imagens que culminou em sua demissão, Gonçalves Dias afirmou que acredita ter sido vítima de uma emboscada por parte da ala militar do GSI, contratados durante a gestão de Heleno.
No depoimento de mais de quatro horas, Gonçalves Dias também foi questionado sobre os militares do GSI que foram designados para Palácio do Planalto no dia dos ataques, que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
Na ocasião, apenas 10 homens do comando militar do Planalto faziam a segurança do local, mesmo com informações prévias, tanto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) como da Polícia Federal, sobre o risco de protestos.
Segundo o general, naquele dia, a segurança contava com a atuação efetiva da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e com o bloqueio das vias de acesso à Praça dos Três Poderes. Ele afirmou que, assim que soube das chances de invasão, convocou mais 40 militares munidos de escudos e pistolas com balas de borracha.