Investigada por rachadinha, ex de Bolsonaro omitiu patrimônio na Noruega

Atualizado em 11 de março de 2022 às 14:16
Ana Cristina Valle e Jan Hansen
Ana Cristina Valle e seu marido norueguês, Jan Hansen Foto: Reprodução/Instagram

Segundo reportagem da revista Crusoé, a ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (PL) Ana Cristina Valle omitiu patrimônio em seu nome na Noruega. O atual marido dela, Jan Raymond Hansen, é norueguês e mora no país. De acordo com a matéria, a mulher é proprietária de metade de uma casa avaliada em aproximadamente R$ 7 milhões na cidade de Halden, no interior do país.

Quando se candidatou a deputada federal em 2018, ela precisou declarar seu patrimônio ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A propriedade no exterior não constava entre seus bens. Além de ter omitido o patrimônio, Cristina não foi eleita.

Como a casa dividida com seu marido não apareceu na lista encaminhada ao tribunal eleitoral, ela aparentemente também ocultou o imóvel em Halden ao declarar imposto de renda. Isso configura crime de sonegação fiscal, cuja pena pode chegar a dois anos de prisão.

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Ana Cristina comprou a casa em 2013

A Crusoé afirma que a casa foi comprada em fevereiro de 2013. Ainda segundo a reportagem, Ana Cristina já havia comprado um imóvel na mesma rua em 2011, que foi vendido em 2015. Ela não quis se manifestar sobre o caso.

Pelas redes sociais, a ex de Bolsonaro gosta de registrar suas temporadas na Noruega ao lado do marido. Ela mora atualmente em uma mansão no Lago Sul, região nobre de Brasília, junto com o filho caçula do presidente, Jair Renan Bolsonaro.

Ana Cristina Valle é investigada por lavagem de dinheiro no esquema da rachadinha no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Ela foi denunciada em dezembro passado por testemunhas escutadas pela polícia.

Ex de Bolsonaro investigada

O Jornal Nacional achou vários processos em que Valle atuou como advogada em indenizações de acidente de trânsito. O MP-RJ acredita que o negócio tenha relação com a rachadinha.

Ana trabalhou em 56 processos cíveis de 2007 a 2010. Desses, 54 estão ligados ao DPVAT. A empresa ficava no Rio de Janeiro, mas 37 casos eram de moradores do Rio Grande do Sul.

Ela também foi chefe de gabinete de Carlos. A ex-esposa do presidente da República ficou na função entre 2001 e 2008. Ela atuou, nos últimos três anos em que esteve no gabinete, como advogada.

O Coaf relatou que as contas bancárias de quatro empresas ligadas a Cristina realizavam movimentações financeiras suspeitas. Já o MP-RJ acredita que a escolha do endereço não foi uma coincidência.

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