Sônia Seixas Leal, ex-patroa de Madalena Santiago da Silva, que foi regatada pela Justiça no ano de 2021 depois de trabalhar em condições análogas a escravidão, disse que não pagava salário à doméstica porque a considerava uma irmã.
De acordo com a auditora fiscal do trabalho Liane Durão, a ex-patroa deu essa justificativa em um depoimento ao Ministério do Trabalho no final de março de 2022.
Durante as mais de cinco décadas em que Madalena prestou serviços sem remuneração à família, ela sofreu maus-tratos e adquiriu dívidas feitas pela própria patroa.
Sindicato critica versão da patroa
Ao g1, o Sindicato das Trabalhadoras Domésticas da Bahia afirmou que narrativas como a de Sônia Leal, que disse considerar Madalena como ‘da família”, se enquadram como crime de assédio moral.
“É uma forma que a pessoa [empregador] usa para poder não garantir os direitos da empregada doméstica. E essa trabalhadora não é da família, ela está vendendo a sua mão de obra para uma pessoa que precisa do serviço”, afirmou Creuza Oliveira, presidente do sindicato.
“Se ela fosse da família, teria direito a herança, teria direito a usar o elevador social, piscina, fazer faculdade e estudar, como a família faz”, acrescenta.