Ex-presidente Evo Morales é acusado de estupro de menor na Bolívia

Atualizado em 11 de outubro de 2024 às 23:13
Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, acusado de estupro. Reprodução

O ex-presidente Evo Morales, que lidera a oposição na Bolívia, está sendo investigado por suposto estupro de uma menor há oito anos, conforme revelou na quinta-feira (3) o ministro da Justiça boliviano, César Siles, segundo a Agência France-Presse (AFP).

“Estamos indignados com crimes graves que parecem estar sendo deixados impunes. Refiro-me especificamente a uma menina que foi estuprada quando tinha 15 ou 16 anos”, declarou o ministro em uma coletiva de imprensa. Ele explicou que, em decorrência do estupro, “[a adolescente] deu à luz uma menina, e o pai reconhecido na certidão de nascimento é Evo Morales Ayma. Há um processo em andamento que está sendo investigado.”

Morales se encontra no centro de um escândalo que surgiu após a promotora Sandra Gutiérrez ter sido destituída por solicitar a prisão do ex-presidente em uma investigação relacionada ao “tráfico de pessoas” envolvendo uma menor.

A resolução de prisão contra Morales, cujos detalhes vazaram para a mídia, afirma que, em 2016, o então presidente teve um relacionamento com uma menor de 15 anos, resultando no nascimento de uma filha.

Sem mencionar a investigação, Morales publicou em sua conta na rede social X: “Não me causa estranhamento nem preocupação. Todos os governos neoliberais, incluindo o atual, me ameaçaram, perseguiram, prenderam e tentaram me matar. Não tenho medo! Não me calarão!”, afirmou a AFP.

Uma juíza em Santa Cruz acatou um recurso dos advogados de Morales, que anulou a ordem de prisão após a promotora Sandra Gutiérrez relatar que foi demitida sob instrução do procurador-geral, Juan Lanchipa.

Morales governou a Bolívia de 2006 a 2019 e ajudou a garantir a vitória eleitoral de seu sucessor, Luis Arce, que foi seu ministro da Economia por mais de dez anos. No entanto, os dois romperam relações e agora disputam a liderança do partido governista, o MAS, e a candidatura presidencial para as eleições gerais de 2025.

Após a anulação do mandado de prisão pela juíza, nenhuma autoridade judicial se manifestou sobre o andamento das investigações contra Morales.

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