Ricardo Frugoli, gastrólogo e professor, não se vê como padre ou pastor, mas como um educador que alimenta corpos e esperanças. Trocou a alta gastronomia pela distribuição de pães na praça Princesa Isabel, em São Paulo, durante a pandemia de 2020, alimentando pessoas em situação de rua.
Neste domingo, embarca para a Itália com sete ex-moradores de rua, rumo ao Vaticano, onde serão recebidos pelo Papa Francisco. A “comitiva do pão”, selecionada entre os acolhidos pelo projeto, tem como objetivo representar a luta contra a insegurança alimentar na FAO, além de participar de um encontro com o pontífice.
Entre os membros da comitiva está Ricardo Mendes, ex-usuário de crack, cuja vida foi transformada pelo projeto. Agora, ele é parte essencial na produção diária de pães e na organização das distribuições.
O projeto não se limita à alimentação: oferece oportunidades de trabalho e resgate da dignidade para ex-usuários de drogas, muitos dos quais encontraram na cozinha uma nova perspectiva de vida.
Apesar dos desafios enfrentados, como ameaças e dificuldades financeiras, Frugoli e sua equipe seguem firmes no propósito de alimentar não apenas os corpos, mas também as almas daqueles que precisam de ajuda.
A iniciativa não se restringe à distribuição de alimentos: inclui cursos de panificação e confeitaria ministrados por chefs renomados, proporcionando capacitação profissional e oportunidades de inserção no mercado de trabalho.
Para Frugoli, o verdadeiro reconhecimento está na transformação das vidas daqueles que cruzam seu caminho. Mais do que encontrar o Papa, o gesto de levar seus protegidos ao encontro do pontífice representa a prática da generosidade e solidariedade que guiam o projeto. As informações são da Folha de S. Paulo.