Na década de 1960, a Nasa financiou um experimento inusitado com o objetivo de entender melhor a relação entre humanos e golfinhos. O estudo, conduzido pelo neurocientista John Lilly, envolveu a convivência íntima entre a jovem Margaret Howe, de 22 anos, e o golfinho Peter. O desfecho do experimento culminou no suicídio do golfinho.
Os golfinhos são amplamente reconhecidos por sua inteligência e habilidades sociais. Entre os mamíferos, possuem o segundo maior cérebro, atrás apenas dos humanos. Essas características, aliadas à capacidade de “sorrir” e interagir, fazem dos golfinhos um objeto frequente de estudos científicos.
Uma das áreas de interesse é a vida sexual dos golfinhos, que inclui comportamentos homoafetivos, sexo em grupo e sexo oral. Além de praticarem sexo para reprodução, os golfinhos também buscam a atividade sexual pelo prazer, sendo identificada a presença de clitóris nas fêmeas.
O neurocientista John Lilly dedicou sua carreira ao estudo dos golfinhos. Seu livro “Man and Dolphin” chamou a atenção do governo dos Estados Unidos e da Nasa, que financiou suas pesquisas. Com esses recursos, Lilly instalou um laboratório na ilha de São Tomás, no Caribe, onde Margaret Howe passou a viver com o golfinho Peter.
Para manter Peter focado nas atividades, Margaret passou a suprir suas necessidades sexuais de forma manual. Em depoimento ao documentário “The Girl Who Talked to Dolphins”, ela relatou que era mais fácil aceitar e deixar acontecer, apesar de não considerar o ato sexual da sua parte, mas sim uma necessidade do animal.
O estudo foi interrompido quando Lilly começou a injetar LSD nos golfinhos, em um esforço para analisar os efeitos da droga no tratamento de doenças mentais. Sem resultados significativos, Lilly perdeu os recursos e fechou o laboratório. Em outubro de 1966, Peter e os outros golfinhos foram transferidos para o sul da Flórida, onde foram mantidos em condições inadequadas.
Margaret soube do suicídio de Peter através de uma ligação de Lilly. Sem espaço e com pouca luz, o golfinho parou de respirar intencionalmente. Golfinhos não respiram automaticamente como humanos; cada respiração é um ato consciente. Ric O’Barry, fundador do The Dolphin Project, explicou que os golfinhos podem optar por não respirar e morrer.