O Partido Popular (PP), de direita, venceu as eleições gerais da Espanha neste domingo (23), mas sem maioria para governar. Com 99% das urnas apuradas, o partido de Alberto Núñez Feijóo teve 33% dos votos, ficando um pouco à frente do partido de esquerda PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), que obteve 31,72%. Com informações do colunista Jamil Chade, do UOL.
Para formar maioria, são necessárias 176 cadeiras no parlamento. Mesmo com um acordo entre o PP e o Vox, partido de extrema direita, os partidos conseguiram apenas 169 assentos.
Por sua vez, o PSOE juntamente com o Sumar, de extrema esquerda, e as demais forças que apoiaram Pedro Sánchez em 2019 também não teriam a maioria absoluta, ficando em 172 assentos.
As coalizões dependem agora das siglas menores para tentar formar um governo fragmentado, sob risco de instauração de um governo provisório, apenas para convocação de uma nova eleição.
O atual primeiro-ministro, Pedro Sanchez, em seu primeiro discurso após o anúncio dos resultados, afirmou que a Espanha mostrou ao mundo que é “uma democracia forte”. “Somamos mais votos que há quatro anos”, disse.
Enquanto isso, militantes e apoiadores socialistas gritavam diante da sede do PSOE o lema “No pasarán” (não passarão, em tradução livre), numa referência dos republicanos contra os fascistas durante a Guerra Civil. “O bloco de retrocesso fracassou”, comemorou Sanchez.
A eleição marcou uma queda importante da extrema direita, que esperava chegar ao poder pela primeira vez desde o fim da ditadura de Francisco Franco. O resultado foi considerado como um alívio para líderes europeus, preocupados com o avanço desse movimento pelo continente.
A votação havia sido convocada depois que o governo socialista de Pedro Sanchez registrou uma dura derrota nas eleições regionais, há dois meses. Naquele momento, a extrema direita já havia multiplicado seu apoio e votos e fechou acordos com o PP.
Mas a onda extremista não se confirmou na eleição nacional e a decisão da direita tradicional de fechar acordos com o Vox custou caro.
*Com informações da agência internacional DW