O presidente da Argentina, Javier Milei, criticou a decisão no Brasil de suspender a rede social X, chamando-a de ato de opressão e afirmando que apenas um tirano aprovaria tal medida. Contudo, Milei tem adotado uma postura cada vez mais autoritária em relação à liberdade de expressão na Argentina. Reportagem da Folha de S. Paulo
Recentemente, o presidente argentino emitiu um decreto que proíbe o acesso a informações sobre o governo e seus funcionários, afetando a transparência que jornalistas e cidadãos utilizam para monitorar a gestão pública. A oposição considera a medida inconstitucional e planeja levar o caso à Justiça.
Além disso, Milei tem criticado a mídia tradicional e propôs que jornalistas sejam classificados como “pessoas politicamente expostas”, obrigando-os a divulgar seu patrimônio para o público. A liberdade de expressão na Argentina está sendo restringida, com mais de 40% dos ataques à liberdade de imprensa originados do Poder Executivo, segundo a Fopea.
O governo também restringiu o acesso dos jornalistas às coletivas diárias, permitindo apenas aqueles que compartilham a visão ideológica do governo. O político argentino tem se irritado com investigações sobre gastos públicos, como a construção de um canil para seus cães e despesas com viagens internacionais. Ademais, o governo enfrentou críticas por movimentações não esclarecidas de ouro pelo Banco Central e um aumento no orçamento do serviço de inteligência, enquanto outras áreas do governo enfrentam cortes e demissões.