Façam as apostas: quem irá livrar Gusttavo Lima da cadeia? Por Moisés Mendes

Atualizado em 24 de setembro de 2024 às 8:17
Gusttavo Lima e sua mansão em Goiânia – Foto: Reprodução

É previsível que a ordem de prisão de Gusttavo Lima acione a face mais pessimista dos brasileiros. Porque o sujeito tem muito dinheiro e conta com o suporte da estrutura de poder da extrema direita.

A primeira manifestação de pessimismo é a mais óbvia: se for de fato preso, por quanto tempo o cantor ficará encarcerado? Se tiver pedido de habeas corpus negado em primeira instância, Lima poderá ser beneficiado pelas altas cortes?

(Por acaso, no mesmo dia em que a prisão de Lima era decretada, o Tribunal de Justiça de Pernambuco determinava a soltura de Deolane Bezerra, investigada no mesmo caso de lavagem de dinheiro de empresas de apostas. Enquanto isso, Lima fugia de jatinho para os Estados Unidos.)

A segunda dúvida também tem fundamento, por mais absurda que pareça. A juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, que determinou a prisão do sertanejo, é a mesma que mandou prender Deolane.

A advogada e influencer Deolane Bezerra após ser presa – Foto: Reprodução

Como as previsões são de que, com a prisão de Lima, todo o esgoto desse mundo sertanejo poderá ser exposto, a juíza terá força para continuar no cargo? Até porque, acreditem, já está sendo denunciada pela Folha como uma magistrada autoritária.

O que acontecerá quando, pelas suspeitas da própria juíza, forem reveladas as conexões do cantor com o crime organizado? E quando surgirem evidências das relações de prefeitos e políticos da extrema direita com o esquemão dos artistas vinculados ao bolsonarismo?

Se a estrutura do esquema for desmontada, não há como desvincular shows, cachês e outros desvios do ambiente criado pela extrema direita para faturar com esse e outros Gusttavos Limas, não só da área dos novos sertanejos.

Quem ainda está em dúvida sobre o tamanho desses rolos, que leia reportagem de Vinicius Segalla, no DCM, sobre um desses casos, em Tocantins, com o uso de verbas públicas para patrocinar uma banda de piseiro, que mistura forró e sertanejo com outros ritmos.

A reportagem foi censurada por uma decisão da Justiça de primeira instância e liberada, nessa segunda-feira, por ordem do ministro Gilmar Mendes.

O link está logo abaixo:

Enriqueceu com os Barões da Pisadinha: leia reportagem que deputada bolsonarista censurou (diariodocentrodomundo.com.br)

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