Facebook suspende lives da bolsonarista Rádio Guaíba após denúncia de fake news

Atualizado em 30 de agosto de 2022 às 23:26
Microfone da bolsonarista Rádio Guaíba. Foto: Reprodução

O Facebook suspendeu por seis dias as transmissões de livres feitas pela Rádio Guaíba, do Grupo Record, do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, uma das principais emissoras do Rio Grande do Sul, após denúncias de que o perfil estaria disseminando desinformação, prática também conhecida como fake news ou notícias falsas.

A informação é do portal Coletiva.net. A suspensão, segundo fontes do veículo, foi comunicada  na última terça-feira (23). Conforme o relato, a rede social não informou a data ou o horário da ocorrência que motivou a punição.

Linha bolsonalista escancarada

Para o secretário de Comunicação da CUT-RS, Ademir Wiederkehr, a punição não surpreende. “A Guaíba se orgulhava de dizer que fazia ‘jornalismo com credibilidade’, mas nos últimos anos assumiu uma linha bolsonarista escancarada, o que já levou a emissora a perder milhares de ouvintes e dezenas de patrocinadores”.

Não foi à toa que em julho de 2020, a emissora demitiu o jornalista e gerente-geral Nando Gross, que questionava a interferência do Grupo Record na programação, conforme revelou mais tarde em entrevista ao podcast PodPoa.

Na ocasião, Gross relatou que havia uma orientação para que a linha editorial da rádio seguisse às do R7 e do Jornal da Record, o que significava um alinhamento automático ao bolsonarismo. “Eles deixaram de fazer um jornalismo de opinião para fazer um jornalismo militante”, disse.

A Guaíba também dispensou o jornalista e um dos apresentadores do programa “Esfera Pública”, Juremir Machado da Silva, em agosto de 2020.

Em janeiro de 2022, Juremir também foi afastado do jornal Correio do Povo, onde tinha uma coluna diária, que era uma das mais lidas da imprensa gaúcha. Dias depois, ele publicou o artigo “Crônica de uma demissão anunciada” no Matinal Jornalismo, onde hoje é colunista, e reproduzida pela CUT-RS contando a mudança na gestão do veículo. “Críticas a Bolsonaro ficaram quase impossíveis. Virei um malabarista diário.”

Publicado originalmente no site da CUT

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