A agência de checagem Estadão Verifica desmentiu nesta segunda-feira (11) o jornalista Alexandre Garcia, que disse que barragens construídas por “governos petistas” no Rio Grande do Sul foram intencionalmente abertas para inundar o estado gaúcho.
“A chuva foi a causa original, mas em governos petistas foram construídas, ao contrário do que recomendavam as medições ambientais, três represas pequenas que aparentemente abriram as comportas ao mesmo tempo”, disse Garcia no programa Oeste Sem Filtro, na última sexta-feira (8).
Segundo a agência, órgãos de controle e fiscalização “negaram que as comportas das represas no Rio das Antas tenham sido abertas e causado as inundações” no estado.
As três usinas hidrelétricas citadas pelo jornalista não possuem comportas que armazenam ou retêm água para geração de energia. Ou seja, nos períodos de chuva ou de aumento na vazão do rio, a água excedente passa por cima das barragens. Esse tipo de estrutura, chamado de vertedouro de soleira livre, não controla o fluxo dos rios e apenas escoa o excedente de água.
A Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) do RS informou que “não há evidências de que as barragens tenham influenciado no agravamento da enxurrada”. Já a Companhia Energética Rio das Antas (Ceran) ressaltou que a água excedente passou por cima das barragens, sem nenhum tipo de liberação mecânica.
Responsável pela fiscalização de geração hidrelétrica, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) afirmou que as cheias não poderiam ser agravadas por conta da estrutura das barragens.
De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), a produção de energia é feita apenas com a força da correnteza, sem uso de comportas.Alexandre Garcia, barragens, comportas, PT, Lula, fake news, Oeste Sem Filtro,
“Os três aproveitamentos hidrelétricos no rio das Antas mencionados operam a fio d’água, ou seja, as vazões que chegam são no mesmo patamar das que saem. Por isso, não há liberação de água por meio de comportas”, disse a agência em nota.
O advogado-geral da União, Jorge Messias, informou na noite de domingo (10) a abertura de um processo contra Garcia por promover “uma campanha de desinformação”.