O Tribunal de Contas da União (TCU) deve retomar nos próximos dias o julgamento que envolve o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e o ex-procurador Deltan Dallagnol em gastos da força-tarefa da Operação Lava Jato com passagens aéreas e diárias. O processo ficou conhecido como “farra das diárias”
No ano passado, o ministro Bruno Dantas acatou representação do subprocurador Lucas Furtado, do Ministério Público junto ao TCU, e determinou um pente-fino nos gastos da Lava Jato com viagens e diárias. Concluiu que houve prejuízo ao erário e violação ao princípio da impessoalidade, com a adoção de um modelo “benéfico e rentável” aos integrantes da força-tarefa.
Uma condenação pode torna os ex-procuradores inelegíveis —ambos já manifestaram o desejo de concorrer a uma vaga de deputado federal em outubro. O TCU tem até o dia 15 de agosto para entregar à Justiça Eleitoral a lista de pessoas condenadas por irregularidade no manejo de recursos públicos. Quem estiver nela é considerado ficha suja e não pode ser candidato.
Em suas defesas, procuradores alegaram que receberam os recursos de boa-fé, e que não idealizaram nem coordenaram o sistema de pagamentos. E defenderam a legalidade dos pagamentos.
Entre os que receberam recursos e foram investigados pelo TCU estão Antonio Carlos Welter, que recebeu R$ 506 mil em diárias e R$ 186 mil em passagens, Carlos Fernando dos Santos Lima, que recebeu R$ 361 mil em diárias e R$ 88 mil em passagens, Diogo Castor de Mattos, com R$ 387 mil em diárias, Januário Paludo, com R$ 391 mil em diárias e R$ 87 mil em passagens, e Orlando Martello Junior, que recebeu R$ 461 mil em diárias e R$ 90 mil em passagens.
Janot, que comandava o Ministério Público Federal, e Deltan Dallagnol, que coordenava a força-tarefa, podem ser condenados a devolver recursos solidariamente.