Luiz Felipe Scolari é conhecido por ser um técnico que valoriza a lealdade de seus jogadores. No jogo contra Camarões, ainda antes das oitavas de final, Felipão não escalou um time tático contra a equipe africana, considerada como fácil na primeira fase. Não deu descanso nem para o craque Neymar. Chamou exatamente os mesmos jogadores do jogo de estreia com a Croácia.
E qual é o preço da lealdade da seleção titular de Felipão? Este jogo sofrido contra o Chile, por exemplo.
Neymar estava com a perna machucada e desapareceu. Daniel Alves cometeu tantos erros que foi vaiado, fisicamente e virtualmente (nas redes sociais). Hulk fez um gol anulado e correu bastante — depois de um erro fatal que gerou o gol chileno. Oscar sumiu de novo.
Um dos poucos que surpreendeu entre os favoritos de Felipão foi David Luiz, que fez seu gol de estreia. Nos pênaltis, David ainda fez mais um. Neymar só reapareceu ao fazer o gol decisivo de pênalti.
Felipão não deu folga aos seus craques para aproveitá-los melhor, não pensou estrategicamente e ainda passou nervoso durante um confronto decisivo. Foi noticiado que ele não dormiu bem na noite anterior. Acordou em cima da hora da coletiva de imprensa antes de encarar o Chile. Estava visivelmente irritado. O técnico tinha um ritual matutino de caminhar e tomar seu chimarrão, que não cumpriu. Só voltou a sorrir ao ver que Julio César nos salvou nas defesas finais.
Depois da partida, o técnico reclamou do gol anulado de Hulk e parece acreditar numa conspiração em torno da seleção brasileira. “Os árbitros estão todos meio reticentes sobre o Brasil. Tem que ser igual para todos. A gente está começando a ficar meio preocupado”, disse.
Ele estaria procura um substituto para Luiz Gustavo, suspenso, e consta que deve trocar Danel Alves e Hulk, finalmente. É a última hora para efetuar essas mudanças, sob pena dessa fidelidade não ficar apenas restrita ao sufoco contra o Chile.