Luciano Huck virou peça importante no tabuleiro eleitoral de São Paulo.
O apresentador da Globo é parte central de um plano idealizado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em caso de reeleição do tucano Bruno Covas.
A ideia é atrair Huck para o partido, isolar o governador João Doria e lançar o apresentador à presidência em 2022 pelo consórcio PSDB-DEM.
No comando de campanha de Bruno, não há quem esconda o distanciamento de Doria. O governador também não faz questão de manter as aparências, já que nunca confiou no ex-vice e atual candidato à reeleição.
Doria não participa dos eventos de campanha, não é chamado para opinar e há quem diga que torce pela derrota de Bruno. Fortalecer o prefeito neste momento seria pavimentar o caminho para Huck dentro do partido.
A estratégia idealizada por FHC é capitaneada por Aloysio Nunes. É o ex-senador quem dá as diretrizes e faz a articulação com lideranças nacionais do partido e também com o comando do DEM.
Os tucanos, nem por um segundo trabalham com a ideia de Bruno não sair vitorioso contra Boulos neste segundo turno.
As conversas internas se sustentam em análises conjunturais de como seria o novo governo, o afastamento de Doria e a melhor maneira de apresentar Huck como a tábua de salvação do tucanato no plano nacional.
Nesta terça, saiu a primeira pesquisa de segundo turno do Ibope, mostrando que está diminuindo a margem de Bruno para Boulos.
O tucano agora tem 47% das intenções de voto contra 35% do candidato do PSOL.