O fim do acampamento golpista em frente ao Quartel General de Brasília e a prisão de terroristas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) virou uma guerra de versões entre o governo e a Polícia Militar do Distrito Federal de um lado e o Exército do outro. Com informações do Estadão.
No centro do conflito estaria a resistência em acabar de vez com o local na noite do dia 8 de janeiro e prender os terroristas que teriam se refugiado em frente do QG da Força Terrestre, no Setor Militar Urbano.
O governador afastado do DF, Ibaneis Rocha (MDB), disse em seu depoimento à Polícia Federal que determinou a remoção do acampamento golpista no dia 29 de dezembro, mas que o Exército se opôs a retirada.
O ex-comandante da PM do DF, Fábio Augusto Vieira, também afirmou em depoimento que a Força se negou a permitir que a tropa de choque entrasse no local para deter os vândalos ainda na noite do dia 8. O coronel afirmou que, em meio ao início das ações golpistas, o Exército “já estava mobilizado para não permitir” a entrada no SMU.
Na versão dos militares, eles estavam há um mês desocupando gradualmente os espaços ocupados por golpistas. Imagens feitas com drones pela inteligência militar confirmam a ação. Antes do fim do dia 7, o total de acampados havia caído para 200.
Com a chegada de caravanas extremistas na capital federal, o número aumentou novamente. Na reunião com os ministros, os generais afirmaram que fariam a desocupação do local no dia seguinte.
Em outro momento, na audiência de custódia após ser preso, o ex-comandante da PM afirmou que “tudo apontava no domingo para um ato pacífico”. Entretanto, a alegação de Fábio Augusto conflita com o alerta emitido pelo ministro da Justiça, Flávio Dino.
Em ofício enviado ao governador afastado na véspera das invasões, Dino apontou riscos de violência nos atos previstos para o domingo.