Flamengo ataca Botafogo por torcida revelar a verdade: atual diretoria do rubro-negro não preza pelas vidas

Atualizado em 6 de dezembro de 2020 às 10:55
Faixa estendida no Nilton Santos, no jogo entre Flamengo e Botafogo, em 05/12/20. Foto: reprodução

O Flamengo passou recibo ontem depois que a torcida do Botafogo estendeu uma faixa para lembrar do comportamento indigno de seus dirigentes em relação à morte de 10 adolescentes queimados no Ninho do Urubu.

A faixa dizia:

“Aqui prezamos pelas vidas”.

Em vez de responder que a atual diretoria do Flamengo também preza pela vida e contar o que tem feito para indenizar as famílias que perderam seus filhos, o vice-presidente geral do clube, Rodrigo Dunshee, preferiu atacar o rival com argumentos de botequim.

“Rivalidade deve se  limitar às questões esportivas. Botafogo durante anos foi muito mal gerido, hoje está praticamente falido, rebaixado e em vias de ser extinto. Como não tem nada de bom a apresentar, está se tornando notório por atacar o Flamengo. Ok. Boa sorte aí Botafogo…”, escreveu Dunshee no Twitter.

Como se sabe, a torcida do Botafogo colocou a faixa antes do jogo começar.

O vice-presidente geral do Flamengo pediu para o Botafogo retirar a faixa e ameaçou denunciar o caso ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

A faixa foi retirada ainda antes do jogo iniciar, por volta das 15h30, mas, minutos depois, foi recolocada na faixa central da arquibancada do estádio Nílton Santos, o Niltão. E lá ficou até o apito final.

O Flamengo fez acordo com algumas famílias dos 10 adolescentes mortos.

Outras foram para a Justiça.

Em primeira instância, foi determinado o pagamento mensal de 10 mil  reais a cada família (valor irrisório para as cifras movimentadas pelo clube).

O Flamengo recorreu e conseguiu baixar o pagamento mensal para pouco mais de R$ 5 mil. Terá uma economia insignificante para seu orçamento, mas tirou dinheiro que fará falta às famílias.

O clube tem total responsabilidade pelo incêndio em seu centro de treinamento, o Ninho do Urubu.

Os adolescentes ficavam em contêineres improvisados como dormitórios.

Houve um curto circuito no ar condicionado (o que indica falha na manutenção) e o fogo se alastrou, já que os contêineres tinham material altamente inflamável.

No início, o Flamengo começou a pagar R$ 5 mil a cada família. Mas, por decisão da justiça, o valor dobrou.

Com o recurso, o Tribunal restabeleceu a indenização no valor praticamente idêntico ao definido pelo clube — o equivalente ao que Gabigol, o maior salário do Flamengo, recebe a cada duas horas e meia.

O Flamengo preza pelas vidas?