O ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, estão impedidos pela Justiça de conversar, pois respondem a processos. A distância, no entanto, fez com que o desentendimento entre os dois aumentasse, resultando em provocações de ambas as partes nos últimos dias.
Os dois estão proibidos de se falar desde 8 de fevereiro, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A decisão foi tomada no âmbito do inquérito que investiga uma suposta organização criminosa envolvida na tentativa de “golpe de Estado” para manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022.
Em entrevista à GloboNews, ao ser perguntado sobre o nome da direita para disputar a sucessão de Lula em 2026, Costa Neto respondeu: “O primeiro da fila é Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo], mas temos o Eduardo Bolsonaro também.”
“Eu acho que o Bolsonaro ainda vai ser candidato. Quando o Lula estava preso, vocês achavam que ele ia ser candidato? Ninguém achava no Brasil. Mas eu acho que vai ter uma saída [para] Bolsonaro. A gente vai botar para votar a anistia. O candidato nosso é o Bolsonaro, seria o melhor para nós. Mas [diante da inelegibilidade] o número 1 da fila é o Tarcísio”, continuou.
O ex-chefe do Executivo, por sua vez, retrucou Valdemar durante entrevista à rádio Auriverde Brasil na quarta-feira (16): “Eu sei que não sou nada no partido, agradeço muito ao Valdemar por ser presidente de honra, mas o candidato para 2026 é Jair Messias Bolsonaro”, disse.
“Se for avante essa inelegibilidade, se continuar valendo, eu jogo a toalha, não acredito mais no Brasil, no meu país que tanto amo, adoro, dou minha vida por ele, mas é realmente inacreditável.”
Costa Neto, entretanto, fez outra crítica direta a Bolsonaro, desta vez em entrevista ao Globo. Ele disse que é necessário que o bolsonarismo busque uma aproximação com o centro e até com eleitores de esquerda no Nordeste para ter chances de vencer a eleição de 2026. No entanto, para Valdemar, o maior desafio será convencer o ex-presidente Jair Bolsonaro a adotar essa postura.
“Há lugares no Brasil, como no Maranhão, onde não há esquerda e direita. Há gente com fome. Vamos ter de trazer esse pessoal para ganhar a eleição. Trazer não é difícil. O duro é o Bolsonaro e o pessoal da extrema direita aceitarem. Eles não querem”, disse o presidente do PL.
Sem citar o nome de Costa Neto, Bolsonaro disse ainda ontem: “Quer dizer que não tem pessoas honestas no Maranhão? Temos como fazer no Maranhão 400 deputados federais que vão orgulhar o estado, o partido e o Brasil. Eu não posso entender alguém dizer que não tem bolsonarista no Maranhão.”