A decisão da Globo de colocar o ex-juiz Sergio Moro citando, em seu francês de jagunço das Ardósias, canção imortal da pobre Edith Piaf, só pode ter sido coisa de um inimigo do sujeito.
Foram mais de 5 minutos no Jornal Nacional em que ele teve direito a fazer sua defesa com o auxílio do casal de jornalistas que substituíam Bonner e Renata Vasconellos e cujo nome não vem ao caso por serem irrelevantes.
Tudo para ele, no final, destroçasse a pobre Edith Piaf, transformada em Edit Piá, certamente confundindo o “f’ com o “t”.
Ninguém se recupera do ridículo completo.
Moro usou Piaf para reforçar que não se arrepende de nada. Ele está acima disso. Ele é perfeito.
Essa autoindulgência é deplorável.
O perdão, o arrependimento, é uma glória.
Está lá em Gênesis 6:6: “Então, se arrependeu o SENHOR de ter feito o homem na terra, e isto lhe pesou no coração.”
Deus pensou melhor sobre seu erro, mas o ex-juiz é grande demais para isso.
Todo filme ruim americano tem uma cena em que o protagonista diz uma estupidez desse tipo.
É um clichê idiota.
Frank Sinatra imortalizou esse tipo de imbecil em “My Way”, uma ode à arrogância feita por um velho decadente (perdão, Sinatra).
Mas esse é Sergio Moro. Essa é a TV Globo. Esse é o Brasil.
Eu não vou sentir esse constrangimento sozinha. "Jê nê mê regretti ryan." Edit Piá pic.twitter.com/DplzllZPWh
— Carol Caminha (@carolcaminha) March 30, 2021