Em 2014, durante governo de Dilma Rousseff, a Folha de S. Paulo publicou um vídeo expondo sua opinião sobre o sistema de cotas raciais no Brasil. Intitulado “Sistema de Cotas: o que a Folha pensa”, a peça declara posicionamento contrário à medida.
O vídeo contrário às cotas raciais faz parte de uma série que pretende expor o posicionamento do jornal sobre “temas polêmicos” e já falou a respeito de questões como aborto, drogas e voto obrigatório. As imagens foram produzidas no mesmo ano em que Dilma sancionou a lei que reserva cotas para negros no serviço público.
Nesta sexta-feira (08), 8 anos depois, colunistas do jornal resolveram criticar a “baixíssima presença” de mulheres e negros no evento que oficializou a indicação do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) para ser vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência.
A imagem gerou repercussão nas redes sociais e chamou atenção pela falta de diversidade de gênero e raça no grupo.
Leia também:
1- Vereadora do PT diz que foto de Lula e Alckmin “expõe racismo e misoginia partidária”
2- ‘Se Alckmin for igual a mim, Lula vai ter grande vantagem’, diz Temer
3- Valter Pomar: “Alckmin não é e nunca será nosso companheiro”
Campanha da Folha
“Não deve haver reserva de vagas a partir de critérios raciais, seja na educação, seja no serviço público.
São bem-vindas, porém, experiências baseadas em critérios sociais objetivos, como renda ou escola de origem.
A Folha é contra as cotas raciais. Concordando ou não, siga a Folha, porque ela tem suas posições, mas sempre publica opiniões divergentes.
CAMPANHA
Essa e outras opiniões sobre temas polêmicos podem ser vistas na nova campanha institucional “O que a Folha Pensa”.
O vídeo acima integra a campanha, que será veiculada na mídia impressa, em canais de televisão aberta e paga, no rádio e na internet.“, dizia campanha na época.
Confira o vídeo do jornal contra cotas:
https://www.youtube.com/watch?v=xRNtn3UyIdI
Colunistas detonam foto
O colunista Thiago Amparo disparou: “Cadê os negros/as, cadê mulheres, Lula? Queremos estar do lado de lá da mesa”, afirmou, compartilhando uma foto que não conta com nenhum negro e apenas duas mulheres entre 17 homens brancos: a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), e a noiva de Lula, Rosângela da Silva.
Em outra publicação, Amparo afirmou que foi atacado pela crítica que fez, e lembrou que posicionamentos como o dele foram o que levaram o PT, enquanto no governo, a criar políticas de inclusão social.
P.S.: A propósito, o @PSBNacional40 tem negros/as o suficiente em seus filiados/as para ter uma imagem mais diversa. E sim posso criticar toda a chapa pela foto. Dados de 2020: https://t.co/OdPuB8mXz9 pic.twitter.com/ZvZWkFG2xO
— Thiago Amparo (@thiamparo) April 9, 2022
“Me chamaram de ‘imbecil’ e ‘arrogante’ pela crítica ao PT/PSB no lançamento do candidato a vice. Foram críticas de negros/as, como a minha, que impulsionaram políticas raciais do PT. Me chamar de ingrato é lógica de casa grande e senzala: receba aí e fique quieto. Não, obrigado”.
Thiago Amparo não foi o único que reclamou. Com artigo intitulado “Entre esquerda e direita, o Brasil é negro”, Antonio Isuperio também detonou o a fotografia. “A esquerda que nunca se entendeu racista, como Robin DiAngelo diz, ‘são os progressistas que causam as maiores violências cotidianas aos corpos dissidentes, porque eles se entendem desconstruidões’. A ausência de pessoas negras, mulheres e LGBTs em todos os cenários políticos demonstra o quanto ainda temos longo caminho no debate de diversidade no Brasil”, dispara.
Clique aqui para se inscrever no curso do DCM em parceria com o Instituto Cultiva
Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link