Um jornalista da Folha de S.Paulo foi demitido em 13 de outubro de 2017 por conta de uma crítica negativa sobre o filme de Danilo Gentili. Hoje a produção levou bolsonaristas, como Marco Feliciano, a acusarem o humorista de pedofilia. Quem conta a história da demissão de Diego Bargas é Anderson Scardoelli no Comunique-se. O texto foi divulgado no ano do ocorrido. Confira abaixo:
Um humorista lança filme de comédia e concede entrevista a um jornalista, que publica crítica negativa à produção cinematográfica. Descontente com o conteúdo veiculado, o comediante expõe o entrevistador, divulga o vídeo da conversa, chama o profissional de “petista” e resgata postagens, despertando a ira de milhões de fãs.
Em meio aos ataques virtuais, o comunicador informa que perdeu o emprego e recebe o apoio de entidades da classe, enquanto a publicação para o qual trabalhava seguiu omissa por mais de dois dias.
Assim pode ser resumida a história que tem como protagonistas Danilo Gentili, apresentador do SBT que lançou na última semana o filme “Como se tornar o pior aluno da escola”, e Diego Bargas, profissional que atuava desde o começo do ano como repórter de cultura da Folha de S. Paulo. Isso mesmo: atuava.
Horas depois de ter o seu texto e sua conduta criticados pelo humorista, o jornalista relatou ter sido demitido do impresso paulistano. Tudo isso ocorreu na sexta-feira, 13, fazendo com que o caso repercutisse nas redes sociais ao decorrer do último fim de semana.
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Manifestação de jornalistas sobre a demissão e o filme de Gentili
No domingo, 15, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) divulgaram nota em conjunto. As duas entidades se colocaram ao lado do repórter demitido e criticaram as posturas adotadas pelo humorista Danilo Gentili e pela direção da Folha. Segundo a análise das entidades, Diego Bargas foi “intimidado e perseguido”.
As instituições afirmam que Danilo Gentili resolveu “massacrar o jornalista em rede social, mostrando sua intolerância à atividade jornalística, e manipular o episódio para tentar melhorar o resultado comercial de seu produto”.