Em editorial entitulado “É a economia, Lula”, publicado nesta edição de domingo (09), a Folha de S. Paulo exige de Lula a apresentação de “planos e nomes para a gestão da economia”.
Coincidentemente, ou não, o colunista político mais experiente do jornal, Janio de Freitas, considera isso uma exigência “idiota” de uma turma “obcecada pelos cifrões privados”.
Abaixo, trechos:
Ainda líder de uma corrida presidencial que se tornou mais acirrada e complexa, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) insiste na soberba de amparar sua postulação eleitoral apenas na vasta rejeição popular a seu adversário e incumbente, Jair Bolsonaro (PL). (…)
A despeito de dificuldades, o panorama econômico, decisivo em qualquer eleição, não corresponde a um cenário de terra arrasada. O aumento do otimismo com o futuro imediato, cumpre recordar, já era detectado pelo Datafolha antes da abertura das urnas. (…)
É um acinte, portanto, que Lula mantenha a opacidade quanto a seus planos e nomes para a gestão da economia —além de um erro estratégico que pode ter lhe custado a vitória no primeiro turno. Afinal, a pauta situacionista é, por definição, mais previsível. (…)
É fundamental explicar como manter a recuperação da atividade e buscar o equilíbrio orçamentário, requisitos para a sustentação das políticas sociais.(…)
A relativa calmaria financeira de agora não exime Lula de apresentar seus planos e as pessoas que terão a responsabilidade de levá-los adiante. Ao contrário, é o candidato oposicionista que está obrigado a dizer o que pretende mudar ou preservar na economia.