Ganhou destaque na Folha neste domingo, 28, um curso que a chamada “Academia MBL” está desenvolvendo com o tema “Fundamentos da Memística e Redes Sociais”, ministrado por Pedro D’Eyrot, ex-vocalista do grupo Bonde do Rolê e um dos fundadores do ajuntamento de extrema direita.
Uma das aulas tratará do processo de criação de fake news.
“Quanto mais a gente entender como é feita uma fake news, mais nos tornamos capazes de reconhece-las e a nos protegermos delas”, diz D’Eyrot no curso.
O assunto logo virou piada nas redes. Xico Sá comentou no Twitter: “São mestres”.
Só para lembrar.
O MBL é o grupo de direita que se juntou a Eduardo Cunha, promovendo todo tipo de trapaça para derrubar Dilma da presidência por meio de um golpe.
Em julho de 2018, tomou uma blitz do Facebook e teve uma série de páginas e usuários expulsos da plataforma com a jusficativa de que usavam conteúdo falso para promover aliados e destruir a reputação de adversários.
Perfis como Jornalivre, Brasil 200 e O Diário Nacional, ligados ao movimento, foram cancelados pela plataforma.
Não foi apenas isso: outras 196 páginas e 87 contas foram removidas com base no código de autenticidade da rede, porque “escondiam das pessoas a natureza e origem de seu conteúdo” e tinham o propósito de gerar “divisão e espalhar desinformação”.
Antes, o Facebook já havia derrubado um aplicativo utilizado pelo movimento para disparar conteúdo automaticamente em centenas de páginas.
Na época se descobriu que a rede de páginas era administrada por membros importantes do MBL. Entre eles, Renato Battista, coordenador do movimento, Thomaz Barbosa, coordenador do MBL no Vale do Paraíba, e Renan Santos, um dos fundadores do grupo.
Como se vê, faz sentido a garotada promover um curso cuja temática são as fakes news. O MBL está mais do que gabaritado para a função.
As peças do xadrez nojento que levou Bolsonaro ao poder e empurra o Brasil para o abismo se juntam com incrível precisão. A farsa da Lava Jato, agora descoberta, é outro elo que liga o diário da família Frias aos ‘meninos’ que cresceram na vida pública promovendo anarquia.
Pelo conjunto da obra, Folha e MBL se merecem.
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